Paraná tem mais dinheiro em caixa do que dívidas

O Paraná registra a menor Dívida Consolidada Líquida (DCL) do país, com saldo negativo de R$ 7,77 bilhões, conforme dados do Tesouro Nacional. A condição atual posiciona o estado como credor líquido, ou seja, os recursos disponíveis superam os compromissos financeiros existentes. Isso representa a possibilidade de quitar todo o montante bruto devido e ainda manter quase R$ 8 bilhões em caixa.

O levantamento, divulgado nesta segunda-feira (16) pela Secretaria da Fazenda estadual, revela que apenas sete unidades federativas apresentam esse cenário de equilíbrio fiscal. Além do Paraná, compõem a lista Mato Grosso (R$ -7,7 bilhões), Espírito Santo (R$ -2,83 bilhões), Maranhão (R$ -1,89 bilhão), Paraíba (R$ -1,8 bilhão), Amapá (R$ -444,2 milhões) e Rondônia (R$ -333,8 milhões).

Esse panorama é inverso ao enfrentado por grande parte dos estados brasileiros, que apresentam elevado endividamento. As maiores economias estaduais lideram os indicadores de passivos financeiros. São Paulo figura com o pior desempenho, acumulando R$ 306,9 bilhões. Em seguida, aparecem Rio de Janeiro, com R$ 193,3 bilhões, e Minas Gerais, com R$ 161,2 bilhões.

Somadas, as dívidas dessas três unidades federativas ultrapassam R$ 661 bilhões. Esse volume representa mais da metade do endividamento agregado dos entes subnacionais, demonstrando o contraste entre o equilíbrio fiscal de alguns e a fragilidade orçamentária de outros.

Especialistas avaliam que o controle das contas públicas, aliado a políticas de gestão eficientes, contribuiu para a posição positiva do Paraná no ranking nacional. A análise completa está disponível nos dados oficiais do Tesouro e nos relatórios da Secretaria da Fazenda.

Para o secretário da Fazenda, Norberto Ortigara, isso é reflexo de um longo trabalho adotado pela gestão desde 2019. Alguns exemplos são a quitação de uma dívida histórica com o Itaú de R$ 1,7 bilhão, num acordo homologado com o Supremo Tribunal Federal (STF), a revisão de valores referentes ao parcelamento do Pasep e reformas administrativas, principalmente de cargos e salários do funcionalismo, além da reforma da previdência.

“Ao longo dos últimos anos, trabalhamos de forma incessante não apenas para reduzir o tamanho da nossa dívida, mas também para tornar o orçamento do Paraná cada vez mais eficiente. É um esforço contínuo e permanente que nos levam a conquistar esses resultados tão positivos”, explica. “E queremos manter esses bons índices, sendo cada vez mais referência de boa gestão para o restante do Brasil”.

“Ter uma dívida negativa representa sustentabilidade nas contas e garante que o Paraná tenha condições de executar programas de governo e realizar investimentos nas mais diversas áreas, como saúde, educação, infraestrutura e segurança, por exemplo, ao invés de gastar com o pagamento de juros”, destaca Noberto Ortigara.

OUTROS DADOS – Outro dado que demonstra a mão firme da Secretaria da Fazenda é o volume de dinheiro em caixa. O Paraná tem o segundo melhor resultado do Brasil, com R$ 35,5 bilhões na conta, atrás apenas São Paulo (R$ 63,6 bilhões) e à frente de Minas Gerais (R$ 28,7 bilhões) e Rio de Janeiro (R$ 22,9 bilhões), que têm economias maiores. Na comparação com os vizinhos da região Sul, o Rio Grande do Sul aparece com um caixa de R$ 19,2 bilhões, enquanto Santa Catarina tem R$ 12,9 bilhões.

Na semana passada o Governo do Estado anunciou medidas para limitar ainda mais os gastos não essenciais. Na prática, a medida delimita uma redução dos gastos não essenciais de secretarias e órgãos de Estado, na busca pela manutenção do equilíbrio fiscal. São despesas do dia a dia não relacionadas a programas ou projetos sociais e que não impactam o funcionamento da máquina pública, como diárias e passagens, realização de eventos, locação de bens, aquisição de materiais não essenciais e contratação de serviços terceirizados de apoio.

“Não é porque há dinheiro em caixa que devemos aumentar as despesas. Pelo contrário, é justamente por isso que devemos agir com ainda mais responsabilidade. Vamos reduzir gastos com viagens, diárias e eventos para direcionar esse recurso para investimentos, a coisas que transformem a realidade da população”, detalha Ortigara. “Ao invés de aumentar impostos, conseguimos bons resultados cortando gastos”.

INVESTIMENTOS – Com as contas em dia, os investimentos estão aumentando cada vez mais. Em 2024, o Paraná investiu o maior valor de toda a sua história. Foram R$ 6,41 bilhões empenhados, valor quase 100% superior a 2018, quando o investimento alcançou a cifra de R$ 3,28 bilhões. Para 2025, a Lei Orçamentária Anual prevê um total de R$ 6,3 bilhões investidos. A LDO de 2026 prevê cerca de R$ 6,6 bilhões para obras.

Fonte:Blog do Tupan

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