A Polícia Federal (PF) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um relatório detalhado sobre a atuação de uma suposta “Abin Paralela”, que operava dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro. O documento expõe um amplo esquema de monitoramento que teria como alvo ministros do STF, figuras políticas de destaque e jornalistas.
As investigações apontam para o monitoramento de nomes como os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do STF, além do ex-presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira. O relatório da PF, com mais de 800 páginas, detalha o alcance da suposta espionagem, que incluía indivíduos considerados opositores políticos do governo Bolsonaro.
Como resultado da apuração, mais de 30 pessoas foram indiciadas, incluindo Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente e vereador, e Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Abin. O atual diretor-geral do órgão, Luiz Fernando Correa, indicado pelo presidente Lula, também figura entre os indiciados.
A investigação, batizada de Operação Última Milha, apura a atuação de uma organização criminosa responsável por monitoramentos ilegais e produção de notícias falsas a partir dos sistemas da Abin. A PF identificou indícios de que o grupo também espionava o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia e outros parlamentares.
O esquema também teria como alvo servidores da Receita Federal que atuaram na investigação sobre o senador Flávio Bolsonaro em um suposto esquema de “rachadinha” na Alerj. Além de Moraes e Mendes, os ministros Dias Toffoli, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso também teriam sido monitorados.
Fonte: http://vistapatria.com.br