Uma pesquisa recente do Instituto Datafolha revelou um forte descontentamento da população brasileira em relação à proposta de aumentar o número de deputados federais. De acordo com o levantamento, 76% dos entrevistados se opõem à ideia de elevar o número de parlamentares de 513 para 531.
O estudo, conduzido nos dias 10 e 11 de junho, ouviu duas mil pessoas com 16 anos ou mais em todo o país. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, indicando uma tendência clara de rejeição à proposta.
Em contrapartida, apenas 20% dos entrevistados se mostraram favoráveis ao aumento no número de deputados. Uma pequena parcela, correspondente a 2%, não soube responder, enquanto 1% se declarou indiferente à questão.
A proposta de ampliação, já aprovada pela Câmara dos Deputados, agora aguarda votação no Senado. A medida visa redistribuir as cadeiras na Câmara com base nos dados do Censo Demográfico de 2022, atendendo a uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, incluiu o projeto na pauta a pedido do presidente da Câmara, Hugo Motta. Para ser aprovado, o texto precisa de maioria absoluta, ou seja, o voto favorável de 41 dos 81 senadores. Caso seja aprovado, seguirá para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Desde que assumiu a presidência da Câmara, Hugo Motta defende o aumento no número de cadeiras para evitar que estados percam representação. A proposta em análise prevê que nenhum estado perca vagas, enquanto nove estados seriam beneficiados com novas cadeiras.
De acordo com o texto aprovado na Câmara, Pará e Santa Catarina seriam os estados com maior ganho, recebendo quatro novas cadeiras cada. Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Norte ganhariam duas cadeiras, enquanto Goiás, Ceará, Paraná e Minas Gerais ficariam com uma cadeira a mais cada um.
A aprovação do projeto na Câmara ocorreu de forma acelerada, sem debate nas comissões, com um placar final de 270 votos a favor e 207 contrários. O impacto financeiro estimado é de R$ 64,6 milhões anuais, considerando salários, benefícios e estrutura para os novos parlamentares.
A ampliação do número de cadeiras pode gerar um impacto financeiro ainda maior, uma vez que os novos deputados poderão apresentar emendas ao orçamento. A análise e votação no Senado prometem ser um momento crucial para o futuro da representação política no Brasil.
Fonte: http://vistapatria.com.br