O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, chegou a Israel nesta terça-feira (21), em uma missão delicada: fortalecer o cessar-fogo em Gaza, que se mostra frágil. A visita ocorre em um momento de tensão, com o ex-presidente Donald Trump elevando o tom ao ameaçar o Hamas com “erradicação” caso o acordo seja violado. Paralelamente, o enviado especial de Trump, Steve Witkoff, e seu genro, Jared Kushner, já se encontram em Tel Aviv, onde se reuniram com reféns israelenses recém-libertados.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel expressou otimismo, declarando nas redes sociais que a união entre “a Terra Prometida e a Terra da Liberdade” pode garantir um futuro mais promissor, incluindo a libertação dos 15 reféns restantes. Vance tem agendadas reuniões com Witkoff, Kushner e especialistas militares americanos responsáveis por monitorar o cumprimento da trégua. Além disso, a mídia israelense reporta um encontro com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em Jerusalém, previsto para quarta-feira.
Netanyahu, pressionado por setores radicais de seu governo a abandonar o acordo e retomar os combates, afirmou que a discussão com Vance abordará os desafios de segurança e as oportunidades diplomáticas. A busca por estabilidade na região também conta com a participação do Egito. O chefe de inteligência egípcio, Hasan Rashad, reuniu-se com líderes israelenses em Jerusalém com o mesmo objetivo de reforçar o cessar-fogo.
Contudo, o caminho para a paz enfrenta obstáculos significativos. Recentemente, Israel lançou uma série de bombardeios em resposta à morte de dois soldados, atribuída ao Hamas. Apesar da escalada de violência, ambas as partes reiteraram seu apoio à trégua. Israel confirmou a devolução dos restos mortais de um refém, enquanto o Hamas se comprometeu a recuperar os corpos dos reféns restantes, alegando que a destruição em Gaza dificulta as buscas.
Mairav Zonszein, analista do International Crisis Group (ICG), descreve a situação como um “jogo de empurra-empurra”. Segundo ela, Trump adota uma postura ambígua, permitindo ações israelenses ao mesmo tempo em que busca manter o cessar-fogo. Enquanto isso, Netanyahu “joga com ambas as abordagens”, buscando a paz e simultaneamente bombardeando Gaza e condicionando a ajuda humanitária.
Fonte: http://jovempan.com.br

