O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva destinou R$ 19,1 milhões para a Unisol (Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários do Brasil), uma organização não governamental com laços históricos com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, berço político do Partido dos Trabalhadores (PT). Os recursos foram alocados para financiar eventos e projetos promovidos pela ONG.
Desde o início do atual mandato, foram firmados oito convênios entre o governo e a Unisol, abrangendo áreas como Trabalho, Direitos Humanos e Desenvolvimento Agrário, ministérios sob controle do PT. Parte dos eventos financiados aborda temas alinhados com a agenda ideológica do partido, conforme reportagem do jornal *O Estado de S. Paulo*.
De acordo com o levantamento do *Estadão*, os repasses para a ONG registraram um aumento significativo na atual gestão, passando de cerca de R$ 1 milhão anual para quase R$ 18 milhões apenas em 2024. Essa escalada nos recursos públicos destinados à Unisol tem gerado debates sobre a priorização e o alinhamento ideológico dos projetos financiados.
Um dos projetos financiados, por exemplo, é um curso de formação de defensores dos direitos humanos com o objetivo de evitar “ataques à democracia”, iniciativa que recebeu R$ 400 mil do Ministério dos Direitos Humanos, através de emenda do deputado Vicentinho (PT-SP). O curso visa formar 300 pessoas através de seminários e debates, com foco em evitar a repetição do que a esquerda qualifica como “golpe”, em referência ao impeachment de Dilma Rousseff.
Outro projeto financiado, este pelo Ministério do Trabalho, visa o “fortalecimento da rede de comercialização” para participantes da Feira Esquerda Livre, definida pela Unisol como uma “feira colaborativa de empreendedores e artistas de esquerda, feita pela esquerda, para a esquerda”. A Unisol informou que o projeto está na fase de prestação de contas e que é uma “instituição séria, que há muitos anos atua no fortalecimento da economia solidária, do empreendedorismo e da geração de trabalho e renda”.
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC confirmou que a Unisol “surgiu, sim, de uma iniciativa do sindicato”, mas negou qualquer gerência sobre as atividades da ONG, afirmando que esta tem “total autonomia administrativa, política e financeira”. O governo, por sua vez, garante que os repasses estão dentro da legalidade.
Em nota, o Ministério dos Direitos Humanos afirmou que a Unisol atendeu aos critérios legais e teve propostas aprovadas com base em análise técnica. O Ministério do Trabalho e Emprego declarou que cabe à pasta verificar o cumprimento dos requisitos legais para os repasses e reitera seu compromisso com a transparência e a adequada utilização dos recursos públicos.
Fonte: http://vistapatria.com.br