Em um encontro bilateral realizado à margem da cúpula da Asean, na Malásia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, surpreendeu ao tecer elogios ao ex-presidente Jair Bolsonaro durante sua primeira reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A menção, mesmo diante de Lula, demonstra que a situação política brasileira continua no radar de Washington.
Trump expressou solidariedade a Bolsonaro, afirmando: “Sempre gostei dele. Me sinto muito mal pelo que aconteceu com ele. Sempre achei que ele era um cara honesto, mas ele já passou por muita coisa”. A declaração gerou uma reação discreta entre os membros da delegação brasileira que acompanhavam Lula.
Assessores de Trump têm reiterado a preocupação de Washington com o ambiente institucional no Brasil, especialmente em relação a casos de censura, prisões e bloqueios de perfis de opositores do governo. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que também participou do encontro, enfatizou o desejo de um maior alinhamento entre os dois países.
Rubio destacou o potencial de uma parceria comercial preferencial entre Brasil e Estados Unidos, em vez da China, citando proximidade geográfica, cultural e alinhamento em diversos aspectos. “Acreditamos que, a longo prazo, é benéfico para o Brasil nos tornar seu parceiro comercial preferencial em vez da China”, declarou.
Contudo, Rubio também manifestou preocupações com o tratamento dado pelo Judiciário brasileiro ao setor digital e a indivíduos baseados nos Estados Unidos. “Temos alguns problemas com o Brasil, particularmente com o modo como têm tratado alguns de seus juízes e o setor digital americano”, ressaltou, indicando que o governo americano buscará maneiras de superar esses obstáculos.
