Uma megaoperação policial deflagrada nesta terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, transformou a região em palco de intensos confrontos. O saldo trágico até o momento é de 22 mortos, incluindo dois policiais, além de 81 pessoas presas. A ação, parte da Operação Contenção, visa enfraquecer a expansão do Comando Vermelho (CV) no estado.
A ofensiva, que mobilizou cerca de 2,5 mil agentes, tinha como alvo aproximadamente 100 traficantes, muitos deles oriundos de outros estados, com destaque para o Pará, de onde viriam pelo menos 30 criminosos procurados. A reação dos criminosos foi imediata e violenta, com tiros e barricadas em chamas bloqueando o avanço das forças de segurança. Drones equipados com explosivos foram utilizados em ataques contra os policiais. Colunas de fumaça densa podiam ser vistas de diversos pontos da cidade, evidenciando a intensidade do conflito.
Além das baixas entre os policiais e os suspeitos, o confronto deixou rastros de violência entre civis. Nove agentes de segurança foram baleados, resultando na morte de dois deles. Três civis também ficaram feridos: um homem em situação de rua, uma mulher que estava em uma academia e um homem que trabalhava em um ferro-velho. A polícia apreendeu um arsenal significativo, incluindo 31 fuzis, duas pistolas e nove motocicletas. Entre os 20 mortos identificados como criminosos, dois eram da Bahia e um do Espírito Santo.
Os policiais civis mortos foram identificados como Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, de 51 anos, conhecido como Máskara e recém-promovido a chefe de investigação da 53ª DP (Mesquita), e Rodrigo Velloso Cabral, de 34 anos, da 39ª DP (Pavuna), conforme informações divulgadas pela TV Globo. A prisão de Nicolas Fernandes Soares, apontado como operador financeiro de Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso, um dos principais chefes do CV no Rio, representa um golpe na estrutura financeira da facção.
De acordo com o secretário estadual de Segurança Pública, Victor Santos, a operação foi planejada e executada integralmente pelo estado, sem apoio do governo federal. “Toda essa logística é do próprio estado. São aproximadamente 9 milhões de metros quadrados de desordem no Rio de Janeiro”, resumiu o secretário, evidenciando a complexidade do desafio enfrentado pelas forças de segurança no combate ao crime organizado na região.
Fonte: http://vistapatria.com.br
