Descoberta de buraco negro gigante em galáxia anã

Estudo revela nova dinâmica em galáxias pequenas

Descoberta de buraco negro gigante em galáxia anã
Segue 1 é 50 vezes menos brilhante que o aglomerado estelar mostrado acima, mas é mil vezes mais massivo. Crédito: Imagem gerada por IA/Gemini

Um buraco negro gigante foi descoberto no coração de Segue 1, uma galáxia anã, desafiando conceitos sobre a dinâmica de galáxias pequenas.

Um estudo publicado em outubro de 2023 no periódico Astrophysical Journal Letters revela a presença de um buraco negro de aproximadamente 450 mil massas solares no coração de Segue 1, uma galáxia anã ultra tênue localizada a cerca de 75 mil anos-luz da Terra. Essa descoberta, realizada por pesquisadores do Observatório WM Keck, desafia a concepção anterior de que a dinâmica das galáxias pequenas era governada por halos de matéria escura.

A nova dinâmica de Segue 1

Os pesquisadores utilizaram modelagem avançada para concluir que a movimentação das estrelas em Segue 1 é influenciada por um buraco negro massivo, e não por matéria escura. As simulações que reproduziram as velocidades e órbitas observadas só foram possíveis ao incluir esse buraco negro central. Nathaniel Lujan, estudante de pós-graduação da Universidade do Texas em San Antonio e autor principal do estudo, afirma que essa descoberta pode revolucionar a forma como modelamos galáxias anãs.

Implicações para a astrofísica

Os resultados indicam que o buraco negro em Segue 1 é significativamente maior do que o esperado. Karl Gebhardt, professor de astrofísica na Universidade do Texas em Austin, ressalta que, se essa proporção de massa for comum em galáxias anãs, será necessário reescrever a compreensão sobre a evolução desses sistemas. Além disso, as órbitas rápidas das estrelas próximas ao núcleo da galáxia apontam para uma gravidade concentrada de forma incomum, que supera em cerca de dez vezes a massa total das estrelas de Segue 1.

Novas perspectivas sobre galáxias anãs

A pesquisa sugere duas principais teorias sobre a origem dessa dinâmica. A primeira indica que Segue 1 pode ter sido maior no passado e, ao longo do tempo, perdeu estrelas devido a forças de maré. A segunda aproxima Segue 1 a uma classe de objetos conhecidos como “pequenos pontos vermelhos”, que podem ser galáxias primordiais que já nascem com buracos negros massivos. Essa descoberta não elimina a presença de matéria escura, mas realinha sua importância na formação e evolução de galáxias anãs. A partir de agora, os modelos cosmológicos precisarão considerar um papel mais ativo dos buracos negros desde o início da formação galáctica.

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