Uma determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), surpreendeu as defesas dos réus nesta segunda-feira, ao proibir o uso de fardas militares durante os interrogatórios. A ordem, emitida no início das oitivas, gerou imediata reação dos advogados, que questionaram a medida.
O STF realiza, desde a manhã, audiências com dez integrantes do chamado “núcleo 3” da suposta trama golpista. Os interrogatórios estão sendo conduzidos pelo juiz auxiliar Rafael Rocha, do gabinete de Moraes, que advertiu os militares presentes sobre a proibição do uso de fardas.
Advogados de defesa manifestaram sua discordância com a decisão, argumentando que alguns dos réus já se encontravam trajando as vestimentas militares. “Os militares são réus, não o Exército”, afirmou o juiz Rocha, segundo relatos. As defesas consideraram a ordem um gesto “vexatório” e inesperado.
Dentre os nomes sendo ouvidos hoje estão o coronel do Exército Bernardo Romão Correa Netto, o general da reserva Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, e o policial federal Wladimir Matos Soares. A lista completa inclui ainda outros coronéis e tenentes-coronéis do Exército, todos envolvidos na investigação.
A proibição do uso de fardas durante os interrogatórios reacende o debate sobre o tratamento dado aos militares investigados e as possíveis implicações para a imagem das Forças Armadas. A decisão de Moraes promete gerar novas discussões no meio jurídico e político.
Fonte: http://revistaoeste.com