Montadoras alertam Lula sobre risco de demissões em massa com incentivo a veículos chineses

Gigantes da indústria automobilística, incluindo Volkswagen, Toyota, General Motors e Stellantis, emitiram um alerta contundente ao governo Lula sobre as possíveis consequências de uma nova política industrial. Em carta conjunta enviada em 15 de junho, os presidentes das montadoras expressaram profunda preocupação com um pacote de incentivos coordenado pela Casa Civil, que visa estimular a produção de veículos através do sistema SKD (Semi Knocked Down). A medida, segundo eles, pode gerar um impacto devastador na indústria nacional.

O plano governamental, que permite a montagem de veículos com peças importadas em grande parte prontas, é visto pelas montadoras como uma ameaça à cadeia produtiva local. As empresas argumentam que a medida favorece a entrada de montadoras chinesas, como a BYD, que tem investido fortemente no Brasil. “Essa prática deletéria pode disseminar-se em toda a indústria”, alertam os executivos na carta.

As montadoras estimam que a aprovação do pacote pode levar à perda imediata de R$ 60 bilhões em investimentos e ao cancelamento de 10 mil novas contratações. Além disso, alertam para a demissão de até 5 mil funcionários diretos nas fábricas. O impacto na cadeia de fornecedores seria ainda maior, com a potencial eliminação de 50 mil postos de trabalho indiretos.

Em paralelo, a Abipeças e o Sindipeças, entidades que representam a indústria de autopeças, também manifestaram sua oposição à medida. Em carta enviada ao governo, as associações criticam a proposta de redução de alíquotas para kits SKD e CKD, classificando-a como uma “renúncia fiscal injustificada” que criará uma “concorrência inusitada” contra a produção nacional.

O governo federal ainda não se manifestou oficialmente sobre as críticas das montadoras e das entidades do setor. A decisão sobre a redução do imposto de importação de kits SKD e CKD será avaliada pelo Gecex-Camex em reunião extraordinária marcada para a próxima quarta-feira. O setor automotivo teme que, caso a proposta avance, os R$ 180 bilhões em investimentos prometidos para os próximos cinco anos sejam drasticamente reduzidos.

Fonte: http://www.conexaopolitica.com.br

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