Enquanto o Brasil hesita em classificar o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) como organizações terroristas, Argentina e Paraguai adotam medidas significativas para enquadrar as facções brasileiras sob suas legislações antiterrorismo. A decisão reflete preocupações crescentes com a segurança regional e o alcance transnacional das atividades criminosas desses grupos.
A Argentina formalizou a inclusão do PCC e do CV no Registro de Pessoas e Entidades Vinculadas a Atos de Terrorismo (Repet). A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, destacou que a medida permitirá o bloqueio de bens, o rastreamento de fluxos financeiros e uma cooperação mais eficaz com outros países no combate a crimes de fronteira. “As facções já constam formalmente do registro há cerca de um mês e que a atualização pública está em andamento”, afirmou Bullrich.
O governo argentino também está atento à movimentação de membros das facções em seu território. Atualmente, 39 brasileiros estão presos na Argentina, incluindo indivíduos ligados ao CV e ao PCC, todos sob vigilância rigorosa para impedir articulações internas. Paralelamente, o ministro da Defesa, Luis Petri, defendeu o uso das Forças Armadas na proteção das fronteiras, enfatizando a necessidade de conter a entrada de criminosos com todos os recursos disponíveis.
No Paraguai, o ministro do Interior, Enrique Riera, anunciou que o país classificará oficialmente o CV e o PCC como organizações terroristas por meio de uma resolução do Poder Executivo. “Esta declaração facilita o nosso trabalho. Se caírem aqui, as penas por terrorismo são substancialmente maiores do que as penas por crimes comuns”, declarou Riera, ressaltando o impacto da medida na punição de crimes.
A iniciativa paraguaia se alinha a uma estratégia de cooperação regional de segurança, visando conter a expansão das facções criminosas nas áreas de fronteira. A nova classificação permitirá ao governo paraguaio ativar mecanismos internacionais de controle financeiro e judicial, com foco no desmantelamento das redes criminosas e na contenção da influência do PCC e do Comando Vermelho na região.
