Presidente do Senado sinaliza preferência por Rodrigo Pacheco para a vaga no Supremo

Davi Alcolumbre informa Lula que votará contra Jorge Messias, mas não segurará análise da indicação ao STF.
Alcolumbre e sua posição sobre Jorge Messias
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), comunicou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que votará contra a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF). Durante um encontro recente entre os chefes de Poderes, Alcolumbre enfatizou que não segurará a análise do nome escolhido pelo Planalto, permitindo que o processo siga seu curso.
Alcolumbre defendeu a Lula que o indicado ao STF deveria ser Rodrigo Pacheco (PSD-MG), seu antecessor, que goza de boa aceitação entre os senadores e seria facilmente aprovado. A prerrogativa de indicar um novo ministro ao STF é do presidente da República, porém, a indicação deve contar com o respaldo de 41 dos 81 senadores em uma votação secreta.
A estratégia de Alcolumbre
Aliados de Alcolumbre confirmaram que o senador deixou claro que votaria contra qualquer outro indicado que não fosse Pacheco. Contudo, ele prometeu que não atrasaria a análise da indicação de Messias, ao contrário do que ocorreu com a indicação de André Mendonça em 2021, que ficou retida na Presidência do Senado por quatro meses.
A análise da indicação de Messias deve ser despachada rapidamente para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O colegiado é responsável por avaliar se o indicado atende aos requisitos para o cargo de ministro do STF. Após a aprovação na CCJ, o nome do AGU deve passar pela votação no plenário do Senado.
Expectativas em relação à votação
Interlocutores informam que, apesar do voto contrário de Alcolumbre, ele não fará campanha ativa para a rejeição ou aprovação de Messias. No entanto, petistas expressam ceticismo em relação a essa garantia. Líderes no Senado sugerem que, embora o AGU tenha boas chances de passar na CCJ, a falta de apoio da presidência da Casa pode dificultar a obtenção dos 41 votos necessários para sua aprovação.
Alcolumbre pode discursar contra Messias
Além disso, Alcolumbre pode usar a tribuna do Senado para expressar sua posição negativa em relação a Messias. Enquanto isso, a ala da bancada evangélica já sinaliza apoio à indicação de Messias e busca votos favoráveis para sua confirmação.
A situação política de Rodrigo Pacheco
Na base governista, senadores afirmam que a situação está nas mãos de Pacheco. Lula, em uma reunião recente, expressou interesse em ter Pacheco como candidato ao governo de Minas Gerais, mas o senador demonstrou desinteresse na proposta, conforme relatos de aliados. Essa dinâmica pode influenciar a posição de Pacheco em relação ao apoio a Messias.
Petistas acreditam que, se Pacheco for convencido a apoiar Messias, isso poderá abrir uma nova possibilidade para a indicação. Eles consideram que, caso o senador opte por não se envolver, as chances de Messias na Corte ficam comprometidas.
Vaga atípica no STF
Senadores próximos a Alcolumbre e Pacheco indicam que a cúpula do Senado vê essa vaga no STF como atípica, gerada por circunstâncias imprevistas. Isso gera uma pressão sobre Lula para que compartilhe a responsabilidade pela escolha com o Legislativo. O próximo indicado assumirá a cadeira deixada pelo ex-ministro Luís Roberto Barroso, que saiu antes de completar 75 anos, com a aposentadoria prevista para 2033.
Pacheco, segundo aliados, tem um histórico de confrontos diretos com Bolsonaro e é considerado o único entre seus pares que caminha para ficar sem proteção no atual cenário político. A próxima eleição para ele poderá ser desafiadora, especialmente com a perspectiva de Lula se reeleger e Alexandre de Moraes garantindo sua permanência na Corte até os 75 anos.
Fonte: www.metropoles.com
Fonte: Vinicius Schmidt/ Metrópoles



