O ano de 2025 está se desenhando como um dos mais quentes já registrados, mantendo a tendência alarmante de temperaturas elevadas observada na última década. A previsão, divulgada pelas Nações Unidas nesta quinta-feira, 6 de março, serve como um novo alerta sobre a urgência da crise climática global. Embora não deva ultrapassar o recorde de 2024, 2025 deverá ocupar o segundo ou terceiro lugar no ranking dos anos mais quentes, segundo a agência meteorológica e climática da ONU.
O relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), publicado antes da COP30 em Belém do Pará, adverte que as concentrações de gases de efeito estufa atingiram níveis históricos. A diretora da OMM, Celeste Saulo, expressou preocupação com a dificuldade de limitar o aquecimento global a 1,5 °C nos próximos anos sem ultrapassar temporariamente esse limite. “Esta sequência sem precedentes de altas temperaturas, combinada ao aumento recorde dos níveis de gases de efeito estufa no ano passado, deixa claro que será praticamente impossível limitar o aquecimento global a 1,5 °C nos próximos anos sem superar temporariamente este objetivo”, afirmou Saulo.
Os Acordos de Paris de 2015 estabeleceram a meta de limitar o aquecimento global a bem menos de 2 °C acima dos níveis pré-industriais, buscando alcançar 1,5 °C, se possível. Apesar dos desafios, Celeste Saulo enfatizou que ainda é possível e essencial reduzir as temperaturas a 1,5 °C até o final do século. “A ciência é igualmente clara quanto a que ainda é totalmente possível e essencial reduzir as temperaturas a 1,5 °C até o fim do século”, ressaltou.
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, reforçou a gravidade da situação. “Cada ano que se supere o 1,5 °C afetará as economias, agravará as desigualdades e causará danos irreversíveis”, alertou Guterres, no relatório. Ele apelou por ações rápidas e em larga escala para minimizar o período de superação da meta e garantir que as temperaturas retornem a níveis seguros antes do final do século.
De acordo com a OMM, os últimos 11 anos, de 2015 a 2025, serão os mais quentes desde o início dos registros, há 176 anos. A temperatura média próxima à superfície terrestre nos primeiros oito meses deste ano já superou em 1,42 °C a média pré-industrial. Paralelamente, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) revelou um aumento de 2,3% nas emissões de gases de efeito estufa no ano passado, impulsionado por países como Índia, China, Rússia e Indonésia. A situação exige uma ação global urgente e coordenada.
Fonte: http://jovempan.com.br

