A polêmica proposta de anistia a envolvidos em atos antidemocráticos, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, ganha novos contornos na Câmara dos Deputados. O projeto, agora rebatizado de PL da Dosimetria, terá como relator o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), nome confirmado pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Contudo, as expectativas de uma anistia ampla, defendida pelo PL, podem não se concretizar. Paulinho da Força já adiantou que seu relatório não contemplará uma anistia total, buscando um meio-termo que possa ser aceito pela maioria dos parlamentares. “Uma anistia ampla, geral e irrestrita é impossível”, declarou o deputado, sinalizando um texto que pode desagradar tanto a extrema direita quanto a extrema esquerda.
A reformulação do projeto reflete a resistência que a anistia total enfrenta em Brasília. De um lado, aliados de Bolsonaro pressionam por uma medida que possa beneficiar condenados e até mesmo viabilizar uma futura candidatura do ex-presidente. Do outro, setores defendem punições rigorosas para todos os envolvidos na alegada tentativa de golpe.
Diante desse cenário, Paulinho da Força aposta no diálogo para construir um consenso. Ele afirma ter bom trânsito tanto na esquerda quanto na direita e pretende buscar apoio de governadores para influenciar as bancadas estaduais. “Cabe a mim tentar fazer esse meio de campo. É o que eu vou fazer. Conversar com todo mundo para que, no final, a gente possa ter um texto que agrade a todos”, explicou o relator, que espera levar o projeto à votação já na próxima semana.
Fonte: http://massa.com.br