O governo de São Paulo, em articulação com a Polícia Militar, o Ministério Público e a Defensoria Pública, planeja revogar a lei estadual de 1996 que proíbe a venda de bebidas alcoólicas nos estádios. A medida, que visa modernizar a experiência do torcedor, ainda depende da aprovação de uma nova legislação na Assembleia Legislativa (Alesp).
A proposta governamental estabelece regras para a venda controlada de álcool, incluindo um limite de duas bebidas por torcedor, restrições à graduação alcoólica e o uso de recipientes plásticos ou biodegradáveis de até 600 ml. O deputado estadual Delegado Olim (PP), um dos autores dos projetos de regulamentação, enfatizou que a medida não se aplicará às categorias de base.
“O Brasil inteiro bebe nos estádios. Só aqui em São Paulo que não”, argumentou Olim, defendendo uma regulamentação responsável. Ele pretende consolidar os projetos existentes em um único texto e acelerar sua tramitação junto ao presidente da Alesp, André do Prado (PL).
A deputada Carla Morando (PSDB) destacou a importância da contrapartida dos clubes nos custos de segurança dos jogos. “Quando falamos de eventos privados que geram receita, o custo da segurança não pode recair apenas sobre o poder público. É justo que os clubes e organizadores assumam parte desse efetivo”, afirmou.
Representantes do futebol paulista, como Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), e Wagner Hipper, diretor jurídico do São Paulo, ressaltaram os potenciais impactos econômicos positivos da liberação. Além do aumento da receita dos clubes, a medida beneficiaria trabalhadores das arenas, proprietários de cantinas e a indústria cervejeira, além de equiparar o estado a outros, como o Rio de Janeiro, onde a venda de álcool em estádios é permitida.
A proibição em 1996 foi motivada por confrontos entre torcidas no Pacaembu em 1995. Tentativas anteriores de liberação, como em 2019, foram vetadas pelo então governador João Doria. Desta vez, o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) optou por criar um novo projeto de lei, em vez de tentar derrubar o veto anterior.
Fonte: http://jovempan.com.br