Aumento nos preços de fertilizantes pressiona produtores brasileiros

Margens operacionais devem cair significativamente na próxima safra

Aumento nos preços de fertilizantes pressiona produtores brasileiros
Foto: N/A

A alta nos preços dos fertilizantes pode afetar as margens dos produtores na safra 2025/26, segundo o Rabobank.

Uma alta nos preços dos fertilizantes, componente com maior peso no orçamento do agricultor, deve comprimir as margens dos produtores brasileiros na safra que começa a ser plantada em algumas regiões do País. O custo com adubação deve aumentar cerca de 10% em relação à safra 2024/25, segundo uma estimativa do Rabobank divulgada no mês passado. Dados do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) divulgados nesta semana confirmam a expectativa: os gastos com fertilizantes dos sojicultores em Mato Grosso, onde o plantio já começou, estão 9,8% maiores, em média.

Números e indicadores do caso

Essa alta reflete um aumento nos preços internacionais causado por restrições de oferta em determinados segmentos, como os fosfatados. A China, que por muitos anos ocupou a posição de maior exportadora desse tipo de nutriente, vem reduzindo os embarques drasticamente à medida que o ácido fosfórico, base para a produção dos fertilizantes fosfatados, tem sido mais demandado para a fabricação de baterias. Além da escassez do nutriente, pesa também sobre os preços dos fertilizantes no Brasil a desvalorização do real frente ao dólar. Na safra passada, os agricultores compraram os insumos com um real mais forte, diminuindo o impacto do câmbio nos custos dos insumos importados. Contudo, ao venderem a safra, se aproveitaram de um real mais fraco, impulsionando a receita em moeda local.

Expectativas para as margens operacionais

“Assumindo que os preços atuais dos fertilizantes continuem, esperamos que as margens operacionais na safra 2025/26 caiam”, disse o analista do Rabobank, Bruno Fonseca. Para a produção de soja, a estimativa do banco é de que a margem operacional caia de 38% na safra passada para 24% em 2025/26. Já para o milho, a redução deve ser de 26% para 21%. Os cálculos consideram apenas o custeio da safra, ou seja, não levam em conta os valores gastos com arrendamentos.

Cenário para arrendatários

No caso dos arrendatários que precisam financiar 100% dos seus custos, as margens já estavam negativas na safra passada, que tinha um cenário mais favorável, segundo dados da Serasa Experian. “Considerando essa perspectiva, os agricultores brasileiros só devem resolver os seus desequilíbrios financeiros em meados de 2027”, conclui o Rabobank.

Notícia feita com informações do portal: www.infomoney.com.br

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