Presidente da instituição afirma que a Selic de 15% é adequada para a convergência da inflação

Gabriel Galípolo afirma que juros devem permanecer altos até que inflação converja à meta.
Banco Central mantém juros altos para controlar a inflação
Na quinta-feira, 5 de outubro, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reafirmou que a Selic, atualmente fixada em 15% ao ano, permanecerá nesse nível pelo tempo necessário para que a inflação converja para a meta de 3%. Essa afirmação ocorreu durante um evento promovido pela Itaú Asset Management em São Paulo.
Galípolo classificou a taxa de juros em 15% como um patamar restritivo adequado para a situação econômica atual. Ele observou que, embora a situação esteja evoluindo na direção desejada pelo Banco Central, o progresso não tem sido tão rápido quanto gostaria. A manutenção da Selic em um nível elevado visa controlar a inflação, que tem se mostrado um desafio para a autarquia.
Vigilância e ajustes na política monetária
O presidente do BC reiterou que a instituição se manterá vigilante e ajustará a taxa de juros sempre que necessário, mas não deu indicações de quando um ciclo de cortes poderia ser iniciado. “O Banco Central pode produzir a convergência com mais custo, com menos custo, mas vai colocar a taxa de juros no patamar que é necessário pelo tempo que for necessário”, afirmou Galípolo, ressaltando que a posição da autarquia dependerá de dados econômicos.
Ele destacou que não se deixará levar por dados específicos que possam sugerir uma mudança de direção na política monetária. A análise cuidadosa e a dependência de informações concretas são essenciais para a tomada de decisões, segundo Galípolo.
Situação econômica e câmbio flutuante
Além de discutir a política de juros, Galípolo também abordou a situação da economia brasileira, que, segundo ele, continua demonstrando resiliência, apesar de um processo lento de desaquecimento e desaceleração. O presidente do Banco Central expressou satisfação com a “linha de defesa” proporcionada pelo câmbio flutuante, que permite intervenções em momentos de disfuncionalidade do mercado.
Novas regras do Imposto de Renda
Durante sua apresentação, Galípolo ressaltou a importância de esclarecer aos agentes do mercado a nova regra do Imposto de Renda, que recentemente foi sancionada. A nova legislação aumenta a faixa de isenção do IR e inclui uma tributação sobre dividendos remetidos ao exterior, o que pode impactar o fluxo de capital para fora do Brasil. Galípolo manifestou preocupação com a volatilidade que pode surgir em anos eleitorais, como 2026, e como isso pode afetar a demanda, a inflação corrente e as expectativas do mercado.
A posição firme do Banco Central e sua abordagem cautelosa em relação à política monetária refletem a necessidade de controlar a inflação e garantir a estabilidade econômica no Brasil. O compromisso com a meta de inflação é um dos pilares da atuação da autarquia, que busca um equilíbrio entre crescimento econômico e controle de preços.
Fonte: www.infomoney.com.br
Fonte: Adriano Machado



