O ex-presidente Jair Bolsonaro admitiu ter utilizado um ferro de solda para tentar danificar a tornozeleira eletrônica que usava, segundo relatório do Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (Cime) enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O incidente, que culminou em sua prisão, levanta novas questões sobre o cumprimento das medidas judiciais impostas ao ex-presidente.
Inicialmente, Bolsonaro alegou que a falha no dispositivo teria sido causada por um choque acidental contra a escada de sua residência. No entanto, confrontado com as evidências, ele admitiu ter usado o equipamento para tentar abrir a tornozeleira, conforme detalhado no relatório. A diretora do Cime, Rita Gaio, confirmou que o sistema registrou a violação às 00h07 deste sábado, acionando agentes que constataram sinais de dano térmico no dispositivo.
A perícia revelou que toda a área de encaixe e fechamento da tornozeleira apresentava marcas de queimaduras, descartando a versão inicial de um simples acidente. Após a confirmação da tentativa de violação, a tornozeleira foi substituída ainda durante a madrugada, e Bolsonaro foi preso horas depois. Imagens da tornozeleira danificada foram divulgadas, evidenciando a extensão dos danos.
Diante das evidências, o ministro Alexandre de Moraes determinou que a defesa de Bolsonaro apresente, em até 24 horas, explicações sobre a violação da tornozeleira. Moraes também ordenou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre o caso e encaminhou cópias do material à Ação Penal 2668, na qual Bolsonaro já foi condenado.
A decisão de Moraes de retirar o sigilo do relatório, do vídeo e do despacho visa garantir a transparência do processo, especialmente em meio à circulação de informações imprecisas. O caso adiciona mais um capítulo às controvérsias envolvendo o ex-presidente e o cumprimento de decisões judiciais.
Fonte: http://ric.com.br
