Adoção de tecnologias e estratégias de produção impulsionam crescimento do confinamento no país

Projeção indica que Brasil terminará 8,25 milhões de bovinos em confinamento em 2025, refletindo avanços na pecuária.
A pecuária brasileira enfrenta uma transformação significativa, com um aumento na adoção de tecnologias que permitem a produção de carne de forma mais eficiente. Uma das principais estratégias dessa transformação é o confinamento, que cresce de maneira consistente no país, sendo utilizado para atender à demanda crescente tanto do mercado interno quanto externo.
Segundo a Scot Consultoria, a previsão é que o Brasil termine mais de 8,25 milhões de bovinos em confinamento até 2025. Este número representa um aumento de quase 12% em relação ao volume esperado para 2024, indicando não apenas um fortalecimento da atividade, mas também uma evolução em um modelo de produção que combina genética, nutrição, manejo e gestão para garantir carcaças de alto rendimento e regularidade na oferta.
O crescimento do confinamento está detalhado no Benchmarking Confina Brasil 2025, um projeto que se tornou uma das principais fontes de informação sobre a pecuária intensiva no Brasil. Essa iniciativa realiza uma pesquisa abrangente por diversas regiões do país, levantando indicadores estratégicos sobre o setor.
Na edição mais recente, aproximadamente um terço do rebanho confinado brasileiro foi mapeado, oferecendo uma visão clara sobre a adoção de novas tecnologias e revelando tendências importantes, como:
- Maior profissionalização das operações;
- Expansão do confinamento fora de época, reduzindo a sazonalidade;
- Avanço na utilização de rações mais eficientes e coprodutos;
- Integração com sistemas de criação e recria, permitindo ciclos de produção mais curtos;
- Implementação de ferramentas de gestão e análise de dados para otimizar margens.
Esses fatores indicam que o crescimento do confinamento não é um fenômeno isolado, mas sim uma resposta a uma pecuária mais planejada e intensiva, alinhada às exigências de um mercado cada vez mais competitivo.
A estimativa de expansão para 2025 é suportada por vários fatores que moldam a atividade:
- Preços mais favoráveis para o boi magro e maior oferta de reposição, favorecendo lotações maiores;
- A crescente busca por padronização de carcaças, uma exigência da indústria frigorífica e das exportações;
- Aumento na adoção de tecnologias nutricionais que reduzem custos por arroba produzida;
- Necessidade de intensificar a produção em áreas estáveis ou em redução, especialmente nas regiões de fronteira agrícola já consolidadas;
- Adoção de estratégias de mitigação de risco, permitindo um melhor controle do ganho médio diário e do prazo de acabamento.
Esses aspectos combinados promovem um dos maiores avanços estruturais na pecuária brasileira nos últimos anos. À medida que o confinamento se expande, sua importância para o abastecimento nacional e para a competitividade do Brasil no comércio global de carne bovina também cresce. Em anos de demanda aquecida e exportações robustas, especialmente para a China e o Oriente Médio, a capacidade de entregar animais terminados de forma consistente se torna fundamental.
A projeção de 8,25 milhões de bovinos confinados até 2025 ressalta que o setor está em um caminho claro: maior intensificação, mais dados, e previsibilidade. O Benchmarking Confina Brasil torna-se, portanto, um instrumento estratégico para produtores, técnicos, frigoríficos e toda a cadeia da carne. O avanço não é apenas numérico; é uma demonstração do progresso tecnológico da pecuária brasileira, que se consolida como uma referência mundial em eficiência produtiva.



