Iniciativa do Cecafé e parceiros visa melhorar condições de trabalho no setor

Cerca de 200 técnicos foram capacitados em boas práticas trabalhistas durante evento na Semana Internacional do Café.
Capacitação na SIC promove boas práticas trabalhistas na cafeicultura
Em 7 de novembro, durante a Semana Internacional do Café (SIC) em Belo Horizonte, ocorreu um evento importante para a cafeicultura brasileira. A capacitação de cerca de 200 técnicos multiplicadores fez parte de uma parceria entre o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o Sistema Faemg Senar, o Centro do Comércio de Café do Estado de Minas Gerais (CCCMG) e o Programa Trabalho Sustentável do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Esta capacitação teve como foco a promoção de condições dignas de trabalho na cafeicultura, alinhando-se aos princípios da sustentabilidade e da responsabilidade social.
O treinamento foi conduzido por Alexandre Furtado Scarpelli, diretor do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho do MTE. Durante a formação, foram abordados temas essenciais para a atuação dos técnicos, como as regras de devida diligência na cadeia produtiva do café, modelos legais de contratação de mão de obra e aspectos práticos da Norma Regulamentadora nº 31 (NR-31), que trata de segurança e saúde no trabalho rural.
Compromisso com a dignidade no trabalho
O Programa Trabalho Sustentável do MTE segue uma abordagem informativa, preventiva e colaborativa. Scarpelli traduziu essa abordagem aos técnicos do Senar e das empresas e cooperativas associadas ao Cecafé e ao CCCMG, promovendo aprendizado prático baseado na experiência de fiscalização do trabalho. Silvia Pizzol, diretora de Responsabilidade Social e Sustentabilidade do Cecafé, comentou que iniciativas como essa demonstram o comprometimento do setor cafeeiro, que busca remunerar bem seus trabalhadores e garantir condições dignas de trabalho.
Ricardo Schneider, presidente do CCCMG, reforçou que o Brasil possui um rigoroso aparato regulatório relacionado às condições de trabalho. Ele destacou que as normas de saúde e segurança e a proteção aos direitos humanos são abrangentes, e que a transparência em casos de violações é um diferencial no mundo, com apenas 0,02% dos estabelecimentos apresentando problemas de conformidade.
Erradicação de violações e fortalecimento das práticas
Apesar das baixas incidências de violações, as entidades dos Cafés do Brasil estão comprometidas em erradicá-las completamente. Silvia Pizzol enfatizou a importância de fortalecer o tripé educação, fiscalização e aprimoramento da legislação trabalhista para adequar-se à realidade do campo. Durante o Encontro Técnico ATeG, houve uma oportunidade única de unir conhecimento prático da fiscalização trabalhista a uma atividade educacional com impacto direto no campo.
Cada técnico capacitado tem o potencial de compartilhar o conhecimento adquirido com cerca de 30 empregadores da cafeicultura, ampliando assim o alcance da capacitação.
Integração entre setores para um futuro sustentável
Mariana Maia, gerente Jurídica do Sistema Faemg Senar, destacou que o encontro na SIC demonstra o avanço do setor na qualificação das relações de trabalho. A colaboração entre produção, exportação e governo resultou em conteúdo técnico aplicável a quase 200 profissionais, que agora podem levar esse conhecimento diretamente aos produtores. Essa iniciativa reforça o compromisso do setor com a segurança jurídica, responsabilidade social e o cumprimento das exigências internacionais de sustentabilidade e devida diligência.
Esta capacitação é um passo importante para garantir que a cafeicultura brasileira continue a crescer de forma sustentável, respeitando os direitos dos trabalhadores e promovendo melhores práticas em todo o setor.




