Cometa 3I/ATLAS muda de cor e acelera de forma intrigante

Descobertas sobre o visitante interestelar revelam mudanças significativas

Cometa 3I/ATLAS muda de cor e acelera de forma intrigante
Foto: JBOY

O cometa 3I/ATLAS apresenta mudanças de cor e aceleração não gravitacional, intrigando cientistas.

Um artigo disponível no servidor de pré-impressão arXiv, onde aguarda revisão de pares para publicação, revela que o cometa interestelar 3I/ATLAS mudou de cor pela segunda vez e está apresentando evidências de uma aceleração provocada por outros fatores além da gravidade. O 3I/ATLAS é o terceiro objeto interestelar confirmado a passar pelo Sistema Solar, depois do asteroide 1I/‘Oumuamua e o cometa 2I/Borisov. Ele foi detectado em 1º de julho por astrônomos do Sistema de Último Alerta para Impacto de Asteroides com a Terra (ATLAS, na sigla em inglês), financiado pela NASA, que monitora corpos celestes que possam representar risco de colisão com o nosso planeta.

Desde então, o “forasteiro” vem sendo monitorado constantemente, tendo em vista que ele pode ser uma verdadeira cápsula do tempo, preservando material que remonta a muitos bilhões de anos – um vestígio de como era o ambiente nas primeiras eras do Universo. Entender a composição desse objeto pode ajudar a revelar de que parte da galáxia e em quais condições ele se formou.

Mudanças observadas e implicações

O cometa interestelar 3I/ATLAS mudou de cor e apresentou aceleração extra; astrônomos observaram aumento súbito de brilho e aspecto mais azul que o Sol. A ejeção de gases e poeira deve causar perda de massa e produzir uma pluma. A missão JUICE pode investigar a pluma de gás nas próximas semanas, o que representa uma oportunidade única para entender melhor o objeto.

Enquanto se dirigia para a aproximação máxima com o Sol (periélio), que ocorreu em 29 de outubro, o cometa ficou invisível para a Terra por estar passando atrás da estrela. Durante esse tempo, o astrônomo Avi Loeb, da Universidade de Harvard, EUA, levantou a hipótese de que o 3I/ATLAS poderia ser uma sonda alienígena disfarçada, embora essa sugestão tenha sido amplamente descartada pela comunidade científica, incluindo especialistas da NASA.

Observações e descobertas

Usando o Observatório de Relações Solar-Terrestre (STEREO), da NASA, e outras instituições, os cientistas observaram que o cometa mudou de cor, ficando mais azul em relação ao Sol, e teve um aumento rápido e intenso de brilho. Ele atingiu magnitude 9, o que o tornaria visível com telescópios pequenos. Essa mudança de cor indica transformações químicas na superfície do cometa conforme ele se aquece e libera gases.

O engenheiro de navegação Davide Farnocchia, do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), da NASA, relatou que o 3I/ATLAS está acelerando de forma inexplicável apenas pela gravidade. Essa aceleração não gravitacional foi medida a cerca de 203 milhões de km de distância da estrela, possivelmente resultante da ejeção de gases e poeira do núcleo do cometa, que atua como um pequeno foguete natural.

Expectativas futuras

A perda de material deve produzir uma pluma de gás visível entre este e o próximo mês, e a sonda JUICE da ESA investigará o objeto, podendo detectar esses sinais. Os cientistas esperam que o 3I/ATLAS volte a ser visível, possivelmente ainda mais brilhante do que antes, devido à liberação intensa de gases. O que realmente ocorrerá, no entanto, é imprevisível, e os próximos dias serão cruciais para entender melhor esse intrigante visitante interestelar.

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