Como combater o avanço do mofo-branco na soja

Entenda as estratégias para proteger a lavoura contra essa praga devastadora

Como combater o avanço do mofo-branco na soja
Foto: Divulgação

Saiba como o mofo-branco afeta a soja e as melhores práticas para controle.

Como o mofo-branco impacta a soja no Brasil

A infecção causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, conhecido como mofo-branco, é uma das principais preocupações para os produtores de soja no Brasil. Essa doença, que antes era restrita a regiões de altitude, agora se espalhou e se tornou um problema nacional. Dados da Embrapa indicam que, na ausência de controle efetivo, as perdas de produtividade podem variar de 30% a 70%, comprometendo a rentabilidade do agricultor.

A biologia do mofo-branco e seu comportamento

O mofo-branco é particularmente difícil de controlar devido à sua biologia. Os escleródios, estruturas de resistência do fungo, podem permanecer viáveis no solo por até 10 anos, mesmo sem a presença de plantas hospedeiras. Isso significa que um descuido no manejo pode ter consequências a longo prazo, afetando não apenas a soja, mas também outras culturas importantes, como feijão e algodão.

Fatores que favorecem a infecção do mofo-branco

O sucesso no controle do mofo-branco depende do monitoramento das condições ambientais que favorecem seu desenvolvimento.

  • Alta Umidade: Umidade relativa acima de 80% e molhamento foliar contínuo são condições críticas.
  • Temperaturas Amenas: O fungo se desenvolve melhor em temperaturas entre 18°C e 23°C.
  • Fase Fenológica: O período mais crítico vai do estádio R1 (início do florescimento) ao R3 (formação de vagens).

Identificação precoce e sintomas

Identificar os primeiros sinais de infecção é vital para o manejo eficaz. Os técnicos devem estar atentos a:

  • Murcha e Seca: Sintomas visíveis que podem ser confundidos com estresse hídrico.
  • Podridão Úmida: Lesões que evoluem para podridão no caule.
  • Sinal Característico: Formação de um micélio denso e branco sobre as lesões, indicando a presença do fungo.

Estratégias de controle do mofo-branco

O controle do mofo-branco não deve se basear apenas em fungicidas químicos, que têm mostrado eficácia limitada quando aplicados após a infecção. O Manejo Integrado de Doenças (MID) é essencial, e algumas estratégias incluem:

  • Rotação de Culturas: Introduzir gramíneas como milho e trigo para quebrar o ciclo do fungo.
  • Uso de Biológicos: Fungos do gênero Trichoderma podem parasitar os escleródios, reduzindo a pressão de inóculo no solo.
  • Controle Químico Preventivo: Aplicar fungicidas como procimidona e fluazinam de maneira preventiva, preferencialmente antes do fechamento das entrelinhas ou no pré-florescimento.

A importância do manejo fitossanitário

Ignorar o mofo-branco é um risco alto para a produtividade. A doença pode comprometer a colheita e inviabilizar lotes inteiros de sementes. O produtor deve considerar o manejo fitossanitário como um investimento, não um custo. A integração entre escolha de cultivares, rotação de culturas e controle biológico é fundamental para garantir a produtividade e a sustentabilidade da lavoura.

Considerações finais

O combate ao mofo-branco requer atenção constante e um plano de manejo bem estruturado. A adoção de práticas integradas e a formação de palhada são essenciais para proteger as lavouras de soja e garantir que os produtores possam manter sua rentabilidade em um cenário desafiador.

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