Evento promove intercâmbio de informações e práticas do setor

Nos dias 28 e 29 de outubro, o Congresso Mundial da Carne em Cuiabá debateu a sustentabilidade e a qualidade da carne brasileira.
Nos dias 28 e 29 de outubro, o World Meat Congress (Congresso Mundial da Carne) debateu, em Cuiabá, as principais pautas e demandas relacionadas ao mercado da proteína animal no planeta. Temas como sustentabilidade, taxação, bem-estar animal, emissões de carbono e metano na pecuária foram discutidos entre especialistas brasileiros e internacionais no evento, que contou com palestras, mesas técnicas e visitas a frigoríficos e fazendas.
Além disso, a troca de informações e experiências com representantes dos cerca de 20 países presentes no congresso possibilitou ao produtor e ao empresário brasileiro compreender melhor as particularidades do setor da carne em cada nação. “Foi um grande intercâmbio de informações. Os produtores brasileiros entenderam os problemas de outros países em relação à sustentabilidade, e esses países também puderam conhecer o que fazemos — especialmente aqui em Mato Grosso — para produzir de maneira sustentável”, avaliou o presidente do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) e anfitrião do evento, Caio Penido.
Penido destacou que o WMC foi uma grande oportunidade para o Brasil demonstrar aos demais países sua organização e as ações de sustentabilidade que pratica, ressaltando a necessidade de uma melhor comunicação para desfazer o mito de que o crescimento da pecuária nacional compromete o meio ambiente. “Aproximadamente 90% da nossa matriz energética é renovável, temos a maior biodiversidade do planeta com quase 66% do território destinado a conservação e um clima tropical que propicia uma carne de baixo carbono. Mas, mesmo assim, o alvo não sai das nossas costas. O lobby dos combustíveis fósseis é muito forte e termina jogando o foco sobre a pecuária e as florestas”, frisou.
O evento global pode gerar frutos econômicos para o Brasil e, especialmente, para Mato Grosso, já que as delegações conheceram todo o processo de produção da carne — desde a criação do gado até a exportação. Isso pode abrir o mercado da carne brasileira para países com os quais ainda não há acordos comerciais, além de ampliar as relações existentes. “O Congresso pode ter esse poder de transformar a percepção sobre o Brasil. Indiretamente, pode até abrir novos mercados. É uma semente que estamos plantando”, destacou Penido. O Congresso Mundial da Carne reuniu mais de 600 pessoas envolvidas no mercado global da carne, promovido pela International Meat Secretariat (IMS) e organizado pelo Imac.
Na edição atual, o congresso ocorreu pela 2ª vez no Brasil, maior produtor de gado do país, com 34 milhões de cabeças. O presidente da IMS, o argentino Juan José Grigera Naón, enfatizou a importância do evento como espaço de troca de informações e integração do mercado da carne. “À medida que esses eventos acontecem, estabelece-se um novo networking em relação aos anteriores. Surgem também novas perspectivas, em um aspecto positivo, de boas práticas e daquilo que ainda precisa ser aprimorado”, analisou.
Naón também destacou que reunir todos os atores do mercado da carne em um único evento permite apresentar todo o processo produtivo e comercial de forma transparente. “São pessoas de cerca de 20 países que puderam acompanhar todo o processo, sem interferências, sem maquiagem, sem mentiras. Estão vendo como é feita toda a produção — desde o fazendeiro, passando pelo transporte, até a exportação”, observou. A próxima edição do World Meat Congress será realizada na Irlanda. A cidade-sede ainda será definida pela IMS.



