A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que a bandeira tarifária vermelha, patamar 1, continuará em vigor no mês de outubro, impactando diretamente o bolso do consumidor. A medida, divulgada na última sexta-feira (26), implica um custo adicional de R$ 4,46 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
Embora a bandeira vermelha persista, há um alívio em relação aos meses de agosto e setembro, quando vigorou o patamar 2, mais oneroso. Essa mudança representa uma redução no valor extra cobrado, ainda que o sistema de bandeiras tarifárias continue sinalizando um custo elevado na geração de energia.
Anteriormente, o patamar 2 da bandeira vermelha implicava um desconto de R$ 78,77 por MWh utilizado, ou R$ 7,87 a cada 100 kWh. Agora, com o patamar 1, serão debitados R$ 44,63 por MWh utilizado, o que equivale aos já mencionados R$ 4,46 a cada 100 kWh. A expectativa é de que essa alteração diminua o impacto financeiro para os consumidores.
A Aneel justifica a manutenção da bandeira vermelha devido aos baixos níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas, resultado de um volume de chuvas abaixo da média. Essa situação exige o acionamento de usinas termelétricas, cuja operação é mais cara e eleva o custo da energia.
“É importante ressaltar que a fonte solar da geração é intermitente e não injeta energia para o sistema o dia inteiro. Por essa razão, é necessário o acionamento das termelétricas para garantir a geração de energia quando não há iluminação solar, inclusive no horário de ponta”, declarou a Aneel em nota, reforçando a necessidade de fontes complementares para garantir o fornecimento contínuo de energia.
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) já havia previsto a possibilidade de manutenção da bandeira vermelha, com projeções divididas entre a permanência no patamar 2 e o recuo para o patamar 1, conforme noticiado pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. A decisão final da Aneel confirma essa tendência de moderação nos custos, mas sem eliminar completamente o acréscimo na conta de luz.
Desde fevereiro, as expectativas em relação ao volume de chuvas têm se deteriorado, impactando o risco hidrológico (GSF) e elevando o Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), valor calculado para a energia a ser produzida. O preço de referência da energia elétrica convencional para os próximos meses já superou a marca de R$ 300,00 por megawatt-hora (MWh), de acordo com levantamento da consultoria Dcide.
O ano de 2024 começou com a bandeira verde, indicando custos mais baixos na geração de energia. No entanto, a piora nas condições climáticas levou ao acionamento da bandeira vermelha patamar 1 em junho, mantendo-se no mesmo nível em julho e escalando para o patamar 2 em agosto. O sistema de bandeiras tarifárias, criado em 2015, busca sinalizar aos consumidores os custos da geração de energia no país, atenuando os impactos nos orçamentos das distribuidoras.
Fonte: http://ric.com.br
