COP30: China Deixa de Aderir a Fundo Florestal Brasileiro, Frustrando Planos do Governo Lula

Em um revés para a diplomacia ambiental brasileira, a China surpreendeu ao optar por não integrar o Tropical Forest Forever Facility (TFFF), o principal fundo global de preservação florestal apresentado pelo governo Lula na COP30, em Belém. A decisão, confirmada por fontes com conhecimento direto das negociações, representa um desafio para as ambições do Brasil na conferência do clima.

O TFFF, que busca financiar a conservação de florestas tropicais, já angariou US$ 5,5 bilhões em compromissos de investimento, com contribuições notáveis da Noruega, França e Indonésia. A Alemanha também expressou interesse em realizar uma contribuição substancial. No entanto, o montante arrecadado ainda está consideravelmente abaixo da meta inicial de US$ 25 bilhões, com o objetivo de alavancar até US$ 125 bilhões.

A justificativa chinesa para a não adesão, segundo fontes, reside na crença de que o financiamento de esforços globais de conservação deve ser prioritariamente responsabilidade dos países desenvolvidos. Apesar do apoio inicial de Brasil e Indonésia, autoridades chinesas mantiveram silêncio em resposta aos questionamentos sobre o assunto.

O modelo do TFFF propõe a aplicação dos recursos em ativos financeiros de alto rendimento, destinando parte dos lucros à remuneração de investidores e o restante ao financiamento de repasses anuais aos países aderentes. Contudo, até o momento, nenhum banco multilateral de desenvolvimento formalizou adesão ao fundo, e as negociações com outros países permanecem incertas.

Enquanto isso, organizações da sociedade civil intensificam a pressão por novos aportes. Treze ONGs alemãs divulgaram uma carta aberta cobrando um investimento de US$ 2,5 bilhões por parte da Alemanha. A Fundação Minderoo, do bilionário australiano Andrew Forrest, é a única entidade do setor privado a confirmar adesão, com um aporte de US$ 10 milhões. Segundo Forrest, o investimento não se trata de compensação de carbono, mas sim de ajudar a salvar as florestas tropicais do mundo.

O governo brasileiro ainda não se pronunciou oficialmente sobre a decisão da China ou sobre as dificuldades na captação de novos investimentos. A COP30 segue até o dia 21, em Belém, com expectativa de novas negociações e anúncios relacionados ao financiamento da preservação florestal.

Fonte: http://www.conexaopolitica.com.br

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