Texto final da conferência ignora descontinuação do uso de combustíveis fósseis em meio a críticas

A COP30 ampliou o financiamento para nações vulneráveis, mas não abordou combustíveis fósseis, gerando críticas.
O texto final da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorreu em Belém, PA, ampliou o financiamento para nações pobres que enfrentam as consequências do aquecimento global. Entretanto, o documento deixou de lado a questão crucial da descontinuação do uso de combustíveis fósseis. Essa omissão gerou reações negativas tanto de autoridades quanto de organizações não governamentais.
Acordo e omissões na COP30
O documento, intitulado “Mutirão Global”, não menciona combustíveis fósseis, que incluem petróleo e carvão mineral, essenciais para a discussão sobre mudanças climáticas. Durante a conferência, ficou decidido que essa pauta poderia ser apresentada pelo Brasil em um texto paralelo, uma vez que o país é o anfitrião do evento. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, expressou sua insatisfação ao dizer que o governo brasileiro esperava resultados mais contundentes.
Críticas e reações internacionais
A ausência de compromisso com a redução do uso de combustíveis fósseis já era uma expectativa entre analistas, especialmente após a divulgação prévia do rascunho que excluía essa temática. A União Europeia, antes do encerramento da COP30, expressou sua “decepção” com o resultado das negociações. O Observatório do Clima, uma ONG que congrega diversas entidades ambientalistas, também criticou severamente o documento, afirmando que ele não representa um resultado aceitável da conferência.
O “Pacote de Belém” e suas implicações
O chamado “Pacote de Belém” foi divulgado na madrugada do dia 21 de novembro. O texto, segundo a ONG, apresenta um equilíbrio insuficiente e não atende a determinações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apoiadas por 82 países, para traçar um roteiro eficaz para a transição energética. A crítica enfatiza que a expressão ‘combustíveis fósseis’ não aparece em nenhum dos 13 textos publicados, sugerindo uma falta de compromisso com a mudança necessária.
Conclusão e próximos passos
A COP30, apesar de ampliar o financiamento para enfrentar os desafios climáticos, deixa um legado de insatisfação entre muitos dos participantes. A discussão sobre combustíveis fósseis permanece em aberto, e a expectativa é que o Brasil, como anfitrião, possa abordar essa questão em futuras negociações. A conferência destacou a necessidade urgente de ações mais firmes em relação à crise climática, que continua a avançar sem uma resposta proporcional por parte das nações.
A COP30, portanto, representa um passo, mas não o suficiente para muitos que aguardavam compromissos mais sólidos e diretos na luta contra as mudanças climáticas.
Fonte: www.metropoles.com



