O governo federal, sob a liderança do presidente Lula, anunciou que recorrerá à Justiça para combater a cobrança de preços considerados abusivos por hotéis em Belém, cidade sede da COP30. A medida foi confirmada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, durante uma visita à capital paraense nesta quarta-feira (24), demonstrando a preocupação do governo em assegurar condições justas para a conferência climática da ONU, agendada para novembro.
Desde o início do ano, a escalada nos preços das tarifas de hospedagem tem gerado grande apreensão, chegando a provocar tensões diplomáticas. Autoridades classificaram os valores praticados por hotéis e proprietários de imóveis de aluguel temporário como excessivamente altos, o que motivou a intervenção governamental.
“Há, de fato, empreendimentos comerciais que estão exagerando em demasia nos valores e nos preços, valores esses que não correspondem nem mesmo a preços internacionais em cidades muito caras no mundo”, declarou Rui Costa, evidenciando a disparidade entre os preços praticados em Belém e os padrões globais.
Para o ministro, o objetivo central é conscientizar os empresários locais de que a COP30 representa um novo começo para a cidade, e não apenas uma oportunidade isolada de lucro. “É como se fosse um cartão de visita que estamos entregando ao mundo”, enfatizou Costa, ressaltando a importância de projetar uma imagem acolhedora e justa de Belém.
O ministro informou que já houve uma reunião inicial com a Advocacia-Geral da União (AGU) para discutir o assunto, e um novo encontro está previsto para esta quinta-feira (25), com o intuito de definir as estratégias legais a serem adotadas. Durante a visita, o governo inspecionou obras e empreendimentos relacionados à COP30. A vice-governadora do Pará, Hana Ghassan, informou que quase 200 países já se inscreveram no evento, com 49 mil solicitações de credenciamento.
Um estudo da Defensoria Pública do Pará revelou que os preços de hotéis para a COP30 podem ser até 20 vezes maiores do que durante o Círio de Nazaré, tradicional festividade religiosa local. Diante disso, a Defensoria Pública moveu uma ação civil pública contra as plataformas de hospedagem no dia 11, buscando regularizar a situação.
Fonte: http://revistaoeste.com