Conferência em Belém avança em pautas climáticas e debate a transição energética

O primeiro dia da COP30 em Belém mostra consenso entre países e pressão por medidas contra combustíveis fósseis.
COP30: Um início promissor com consenso global
O primeiro dia da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), realizado oficialmente em Belém, PA, na segunda-feira (10), foi marcado por um consenso entre os 194 países participantes, além da União Europeia. Os países demonstraram harmonia em torno da agenda oficial, que prioriza o financiamento climático, a transição energética e metas globais de adaptação. O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, destacou a importância do acordo alcançado, que permitirá um avanço significativo nas discussões e ações climáticas.
Aprovada a agenda e próximos passos
Com a aprovação da agenda, as negociações avançam para a “blue zone”, um espaço reservado para diplomatas de quase 200 nações, que se reunirão para revisar detalhadamente os textos dos acordos climáticos. Ao todo, mais de 100 documentos estão em pauta. A COP30 coincide com a comemoração do décimo aniversário do Acordo de Paris, que ainda enfrenta atrasos em relação ao cumprimento das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs).
Pressão por ações contra combustíveis fósseis
Um dos principais focos da COP30 é a pressão para a eliminação do uso de combustíveis fósseis, um tema que, embora não esteja formalmente na agenda, está sendo amplamente discutido. Simon Stiell, chefe da ONU para assuntos climáticos, enfatizou a necessidade de uma transição justa e ordenada para longe dos combustíveis fósseis, ressaltando a importância de acordos que acelerem a adoção de energias renováveis e a eficiência energética. A cooperação entre os países é essencial para implementar medidas acordadas em cúpulas anteriores, e Stiell advertiu que nações fora dos acordos multilaterais enfrentarão consequências econômicas mais severas.
Emissões de gases em níveis alarmantes
Um relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), divulgado no início de novembro, revela que as emissões de gases de efeito estufa atingiram níveis recordes, com 575 bilhões de toneladas emitidas em 2024. Durante a conferência, Stiell ressaltou a necessidade de aumentar as fontes de energia renováveis, embora não tenha abordado a ampliação da produção de biocombustíveis, um tema defendido pelo governo brasileiro, que propõe quadruplicar a produção de biocombustíveis até 2035.
Desastres ambientais e resposta do Brasil
Além das discussões climáticas, o Brasil, que tem enfrentado desastres ambientais severos, anunciou a ampliação do Centro de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden). Até 2026, o Cemaden deverá expandir seu monitoramento de 1.133 para 1.942 municípios, abrangendo cerca de 70% da população brasileira. O governo também planeja disponibilizar dados para que estados e municípios desenvolvam políticas de adaptação às mudanças climáticas.
Em suma, o primeiro dia da COP30 em Belém trouxe um avanço significativo nas discussões sobre a crise climática, com um consenso entre os países e uma pressão crescente para a transição energética e o fim do uso de combustíveis fósseis.


