Documentos sugerem ações concretas para cumprimento do Acordo de Paris e enfrentamento da crise climática

Rascunho da COP30 propõe ações para limitar o aquecimento global e reforçar o Acordo de Paris.
Propostas para limitar aquecimento na COP30
O rascunho da carta final da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) apresenta um conjunto de propostas para limitar o aquecimento global a 1,5°C, conforme estabelecido no Acordo de Paris. Este documento destaca a importância de ações concretas e mecanismos de implementação a serem definidos para a efetivação dessas metas.
As discussões ressaltam que, para romper ciclos de desigualdade e destruição ambiental, é imprescindível a combinação de ciência, justiça climática e financiamento adequado. O texto aponta que a COP30 deve resultar em um acordo que direcione o mundo para emissões líquidas zero até meados do século, alinhando-se ao horizonte científico do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Para isso, as nações devem avançar com planos claros de redução no uso de combustíveis fósseis, incluindo a eliminação progressiva do carvão e a diminuição substancial do petróleo e do gás.
Financiamento climático como prioridade
O rascunho também enfatiza que a ampliação do financiamento climático é uma prioridade, com ênfase em mecanismos de adaptação, mitigação e apoio a iniciativas locais lideradas por povos indígenas. O texto destaca que, sem um financiamento previsível, a transição necessária para o planeta se torna inviável.
Outro ponto importante abordado é o fortalecimento do Fundo de Perdas e Danos, que visa garantir que comunidades afetadas por desastres climáticos possam acessar recursos de forma simplificada e direta. O documento critica os regimes de financiamento atuais, que são considerados lentos e burocráticos, e propõe um sistema de proteção global que reconheça as perdas já ocorridas.
Adaptação climática e inclusão de comunidades
A adaptação climática deve ter a mesma relevância política que a mitigação, segundo o rascunho, que sugere um quadro global robusto com métricas claras para medir o progresso. As políticas de adaptação devem priorizar regiões vulneráveis e integrar conhecimentos tradicionais, considerando o papel crucial dos povos indígenas e comunidades tradicionais na preservação ambiental.
O documento propõe que a consulta livre e informada a esses grupos seja respeitada como um princípio fundamental da justiça climática. Além disso, as transições energéticas justas são vistas como estratégicas, com a necessidade de ampliar investimentos em energias renováveis e sistemas descentralizados de acesso à energia, especialmente na Amazônia.
Comércio internacional e sustentabilidade
A agenda de comércio internacional também é ressaltada, propondo maior coerência entre comércio, clima e biodiversidade. O texto sugere que as políticas comerciais devem apoiar países em desenvolvimento, facilitando seu acesso a mercados sustentáveis e tecnologias limpas.
Em suma, o rascunho da COP30 é uma convocação para que os países assumam compromissos que sejam traduzidos em políticas públicas concretas. A cidade de Belém, que simboliza a floresta amazônica, é vista como um espaço estratégico para reafirmar que a crise climática deve ser enfrentada com justiça, equidade e a participação de todos os setores da sociedade.


