Em um discurso que reacende as tensões geopolíticas, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, expressou neste domingo (21) disposição para retomar negociações com os Estados Unidos. A condição imposta por Pyongyang é que Washington abandone a exigência de desnuclearização prévia, conforme declaração divulgada pela agência estatal KCNA.
Apesar da abertura ao diálogo, Kim Jong-un reiterou a posição de que o arsenal nuclear do país é “irreversível”. “Se os Estados Unidos abandonarem a absurda obsessão de nos desnuclearizar e aceitarem a realidade, e quiserem uma coexistência pacífica genuína, não há razão para não nos sentarmos com os Estados Unidos”, declarou o líder.
No entanto, a Coreia do Norte já havia afirmado que seu status nuclear está legalmente estabelecido e não será objeto de negociação. Kim criticou as sanções impostas pelos EUA e seus aliados, argumentando que fortaleceram a resiliência econômica e militar do país, impulsionando investimentos em mísseis e ogivas nucleares.
Em um tom mais hostil, Kim Jong-un classificou o governo da Coreia do Sul como o “inimigo principal” de Pyongyang, descartando qualquer diálogo bilateral. Ele acusou Seul de cooperar com os EUA em estratégias de pressão e de usar propostas diplomáticas como fachada para enfraquecer o regime norte-coreano.
Kim Jong-un mencionou seus encontros com Donald Trump entre 2018 e 2019, ressaltando que ainda guarda “boas memórias” do ex-presidente americano. Apesar da abertura ao diálogo, o líder norte-coreano enfatizou que o programa nuclear continuará em expansão, desafiando a comunidade internacional e intensificando as preocupações na península coreana.