Auditoria revela esquema de venda clandestina de uniformes no clube

Uma auditoria interna no Corinthians revela um esquema de desvio e venda clandestina de uniformes oficiais.
Escândalo de desvio e venda clandestina no Corinthians
Em meio ao período da Data FIFA, o Corinthians se vê envolto em mais uma controvérsia significativa. Uma auditoria interna, realizada pelo clube, identificou um esquema de desvio e venda ilegal de uniformes oficiais dentro das dependências da instituição. Essa investigação revelou uma série de falhas graves na gestão, controle e distribuição de materiais fornecidos pela Nike ao clube.
Auditoria aponta irregularidades em gestão de materiais
O relatório, que conta com quase 100 páginas, destaca que, até outubro de 2025, o Corinthians recebeu 41.936 itens da Nike, um aumento de 24% em relação ao ano anterior. Além disso, o clube adquiriu 13.503 itens licenciados. No total, esses materiais somam um valor de R$ 23.772.090,37, que ultrapassa em R$ 15.772.090,37 o limite contratual estabelecido. Apesar desse grande volume, muitos atletas das categorias de base e de outras modalidades enfrentam a escassez de uniformes adequados, com alguns nem recebendo os materiais necessários.
Denúncia anônima e investigação
A auditoria começou após uma denúncia anônima que relatou a existência de um comércio irregular de materiais, tanto dentro como fora do Parque São Jorge. A denúncia afirmava que funcionários do Corinthians atuavam como intermediários, repassando itens oficiais a terceiros e recebendo quantias em dinheiro. Durante a investigação, os auditores realizaram uma compra controlada em 11 de outubro de 2025, onde conseguiram adquirir duas camisas oficiais ao preço de R$ 150 cada. Posteriormente, uma terceira camisa foi comprada, com pagamento realizado via PIX em uma conta de um funcionário do clube, que admitiu sua participação no esquema.
Irregularidades identificadas
O relatório de auditoria não apenas confirmou a autenticidade das camisas adquiridas como também destacou três irregularidades principais: a comercialização de materiais oficiais do clube, a participação direta de um funcionário no esquema e a realização de atividades ilícitas dentro das dependências do Corinthians. Além disso, foram encontradas anormalidades no controle dos materiais, com um número elevado de retiradas e condições precárias de armazenamento.
Consequências e próximos passos
O relatório foi entregue ao presidente Osmar Stabile e a Romeu Tuma Júnior, do Conselho Deliberativo, abrangendo também o período de mandato de Augusto Melo. O caso, além de ser investigado internamente, foi encaminhado à Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (DRADE), em ligação com o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil de São Paulo.
Papel do vice-presidente Armando Mendonça
O vice-presidente do Corinthians, Armando Mendonça, figura como um dos principais envolvidos no relatório. A auditoria revelou que, desde maio, ele retirou 131 itens sem solicitação formal ou justificativa. Em contato com o auditor Marcelo Munhoes, Armando demonstrou preocupação com a investigação, elevando o tom durante a conversa. Ele nega as acusações, afirmando que não é responsável pela distribuição dos materiais e que sua intervenção visava trazer maior transparência e controle ao processo.
Conclusão
Este escândalo de desvio e venda irregular de materiais no Corinthians levanta questões sérias sobre a gestão interna e a responsabilidade dos dirigentes do clube. A continuidade das investigações e a transparência nas ações corretivas serão cruciais para restaurar a confiança dos torcedores e assegurar a integridade do clube em futuras gestões.
Fonte: esporte.ig.com.br
Fonte: CorinthiansParque São Jorge é a sede do Corinthians




