CPI do Crime inicia no Senado enquanto Câmara adia PL Antifacção

Comissão do Senado investigará crime organizado após operação no Rio, enquanto Câmara não avança em nova legislação.

CPI do Crime inicia no Senado enquanto Câmara adia PL Antifacção
CPI do Crime no Senado. Foto: Reprodução/TV Senado

Senado inicia CPI do Crime na terça-feira, enquanto Câmara adia votação do PL Antifacção.

CPI do Crime inicia suas atividades no Senado

O Senado começará, na terça-feira (18/10), a fase de oitivas da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime, que foi instalada no início deste mês. A comissão, que tem um prazo de 12 dias para suas investigações, surge em um contexto delicado, após uma megaoperação realizada no Rio de Janeiro que resultou em 121 mortos. Essa ação policial tinha como meta combater a expansão do Comando Vermelho, mas seus desdobramentos geraram uma forte repercussão na opinião pública e nas atividades parlamentares.

Sob a presidência do senador Fabiano Contarato (PT-ES), a CPI do Crime ouvirá, a partir das 9h, o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Augusto Passos Rodrigues, e o diretor de Inteligência da PF, Leandro Almada da Costa. A expectativa é que esses depoimentos revelem informações cruciais sobre a estrutura do crime organizado no Brasil.

Pressões e expectativas em relação à CPI

Apesar do governo ter conseguido emplacar um representante de seu partido para a presidência da CPI, assessores palacianos acreditam que a comissão poderá ser utilizada pela oposição como uma ferramenta de ataque ao governo. Esse cenário de tensão política se intensifica, uma vez que a CPI do Crime pode expor falhas e omissões no enfrentamento ao crime organizado.

Câmara dos Deputados adia votação do PL Antifacção

Enquanto isso, a Câmara dos Deputados enfrenta um impasse na construção de um texto robusto para o Projeto de Lei (PL) Antifacção. O relator, deputado Guilherme Derrite (PP-SP), apresentou quatro versões do texto, mas a pressão do governo e de líderes partidários resultou no adiamento da votação, que estava prevista para ocorrer na próxima terça-feira (18/11). O PL Antifacção visa estabelecer medidas mais rigorosas no combate a organizações criminosas, mas suas constantes alterações têm gerado descontentamento entre os parlamentares.

O governo, que rechaçou uma versão do projeto que limitava a atuação da Polícia Federal, argumenta que a definição de facções criminosas deve ser mais clara e precisa. Na última atualização do projeto, a definição de facções criminosas foi ampliada, incluindo grupos ultraviolentos e milícias privadas. Além disso, foram feitas alterações sobre a destinação de recursos provenientes de investigações, que agora devem ser destinados ao Fundo de Segurança Pública do estado ou ao Funapol, dependendo da autoridade responsável pela investigação.

Desafios para o governo e a oposição

A pressão para o adiamento da votação do PL Antifacção foi apoiada tanto por governistas quanto pela oposição, refletindo um consenso de que o projeto precisa de mais tempo para ser aprimorado. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), enfrentou críticas por sua gestão do projeto, e a escolha de Guilherme Derrite para a relatoria foi vista como um erro estratégico, dado o histórico de descontentamento em relação às suas propostas.

O clima tenso entre governo e oposição é palpável, e as próximas semanas serão cruciais para o desfecho tanto da CPI do Crime quanto do PL Antifacção. Com a CPI já em andamento, a pressão sobre os membros da comissão e suas investigações será intensa, enquanto a Câmara busca encontrar um caminho viável para a aprovação de um texto que atenda às demandas de segurança pública sem causar descontentamento entre os parlamentares.

Fonte: www.metropoles.com

Fonte: Reprodução/TV Senado

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