A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS retomou suas atividades nesta segunda-feira, com foco em apurar supostas fraudes e desvios que lesaram aposentados e pensionistas. As oitivas de Felipe Macedo Gomes, ex-presidente da Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB), e Tonia Andrea Inocentini Galleti, ex-integrante do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), prometem lançar luz sobre o caso.
Felipe Macedo Gomes foi convocado para explicar a movimentação de mais de R$ 1,1 bilhão em descontos considerados indevidos sobre benefícios previdenciários. Segundo o senador Fabiano Contarato (PT-ES), a Amar Brasil teria sido utilizada para aplicar descontos irregulares entre 2022 e 2024, através de filiações e contribuições a clubes e associações sem autorização.
Tonia Galleti, por sua vez, deverá detalhar os motivos pelos quais suas denúncias e pedidos de regulamentação dos Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) firmados entre o INSS e entidades não avançaram no CNPS. O senador Izalci Lucas (PL-DF) ressaltou a importância de investigar não apenas os executores do esquema, mas também as possíveis falhas estruturais e omissões dentro do próprio INSS.
A sessão ocorre após um depoimento tenso na semana anterior, quando o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, se recusou a responder às perguntas do relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), amparado por um habeas corpus concedido pelo ministro do STF, Luiz Fux. Stefanutto limitou-se a apresentar ações implementadas para reduzir as filas de análise de benefícios.
A CPMI do INSS tem como objetivo investigar um complexo esquema de fraudes em descontos sobre benefícios previdenciários, que envolve associações, sindicatos e empresas de tecnologia. A comissão busca também identificar a eventual conivência de gestores públicos e as falhas na fiscalização dos acordos firmados com o instituto, buscando responsabilizar os envolvidos e fortalecer os mecanismos de controle.
Fonte: http://vistapatria.com.br
