Em resposta à crescente crise de saúde pública causada por casos de intoxicação por metanol em bebidas, a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) promoveu uma audiência pública para debater soluções. O encontro, intitulado “Os Perigos do Metanol: Protegendo Vidas e Combatendo a Adulteração de Bebidas”, reuniu deputados, representantes do governo, da indústria, do comércio e de universidades para discutir medidas urgentes. Ampliar a fiscalização e impedir a revenda ilegal de garrafas usadas foram pontos centrais das discussões.
A audiência foi proposta pelo deputado Luiz Fernando Guerra, presidente da Comissão de Indústria, Comércio, Emprego e Renda da Alep. Ele ressaltou a gravidade da situação, mencionando os casos confirmados no estado e os riscos de cegueira e morte associados à ingestão de bebidas adulteradas. “Como Poder Legislativo, temos que propor medidas não só fiscalizatórias, mas também operacionais para a segurança pública e para a saúde pública”, afirmou Guerra.
Os participantes da audiência convergiram na necessidade de ação integrada entre órgãos de fiscalização em todas as esferas governamentais. A troca de informações e conhecimentos relevantes foi apontada como fundamental para combater as fraudes de forma contínua, não apenas durante a crise atual. O deputado Paulo Gomes destacou a suficiência das leis existentes, mas enfatizou a urgência de uma fiscalização mais eficiente.
Iniciativas como a criação de um selo de procedência para bebidas e a inutilização de garrafas vazias foram propostas como medidas preventivas. O deputado Requião Filho defendeu a importância de rastrear as bebidas para identificar a origem das adulterações. “É preciso entender que criminoso é quem produz ilegalmente ou adultera as bebidas”, enfatizou, defendendo uma fiscalização mais estratégica e menos ostensiva.
Durante o evento, também foi apresentada uma solução tecnológica para impedir o reaproveitamento de garrafas: uma máquina que tritura o vidro, transformando-o em material utilizável na construção civil e na produção de novas embalagens. A medida visa eliminar uma das principais brechas utilizadas por grupos criminosos na falsificação de bebidas, contribuindo para a segurança do consumidor.
