A prisão de Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, deflagrou uma onda de apreensão no cenário financeiro e político que envolve o Atlético-MG. O empresário, detido pela Polícia Federal enquanto tentava deixar o país em um voo particular, é um dos principais acionistas da SAF do Galo, tendo realizado um aporte considerável no clube nos últimos anos. Sua detenção levanta questionamentos sobre a origem dos recursos investidos.
Entre 2023 e 2024, Vorcaro investiu cerca de R$ 300 milhões para adquirir aproximadamente 27% da Galo Holding, o que o posiciona como o segundo maior acionista individual, superado apenas pela família Menin. Esse investimento, realizado através do Galo Forte FIP, foi fundamental para estruturar financeiramente a SAF em sua fase inicial, momento em que o clube buscava sanar dívidas e solidificar seu projeto esportivo.
Contudo, a origem desse montante financeiro agora está sob investigação das autoridades. O Ministério Público de São Paulo (MPSP) está apurando a atuação de dois fundos ligados ao empresário no âmbito da Operação Carbono Oculto, que investiga possíveis crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio, supostamente ligados ao PCC. “O Atlético não é alvo da investigação e afirma não ter sido informado sobre qualquer irregularidade no aporte”, ressalta a diretoria do clube.
A prisão de Vorcaro ocorreu um dia após o anúncio da venda do Banco Master para um consórcio liderado pela Fictor Holding Financeira, uma operação que prometia injetar R$ 3 bilhões na instituição. Em um desdobramento surpreendente, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Master e bloqueou os bens dos ex-administradores, intensificando a crise.
Figura proeminente no meio empresarial mineiro, Daniel Vorcaro construiu um portfólio diversificado de investimentos, abrangendo desde o setor farmacêutico até a compra e venda de participações em empresas como Light e Méliuz. Enquanto o caso avança na esfera judicial, o Atlético monitora a situação, assegurando que sua estrutura acionária permanece inalterada e que o fundo de Vorcaro está em conformidade com as normas da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Fonte: http://esporte.ig.com.br


