Cumprimento da meta fiscal de 2026 depende de esforço de arrecadação

Relatório da IFI aponta desafios na aprovação de medidas fiscais para 2026

Cumprimento da meta fiscal de 2026 depende de esforço de arrecadação
A Instituição Fiscal Independente destaca desafios na meta fiscal. Foto: Marcos Corrêa/PR

Instituição Fiscal Independente aponta que meta fiscal de 2026 pode ser cumprida com esforço em arrecadação.

O governo federal, segundo o Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) da Instituição Fiscal Independente (IFI), poderá cumprir a meta fiscal de 2026, mas isso exigirá um “diligente esforço” por parte do Executivo. A concretização desse objetivo está intrinsecamente ligada à aprovação de medidas de arrecadação que ainda estão em tramitação no Congresso Nacional.

Cenário de arrecadação e medidas necessárias

De acordo com o relatório, a estratégia do governo deve focar no limite inferior da margem de tolerância da meta fiscal, o que implica uma abordagem conservadora. Para que as contas sejam fechadas em 2026, um ano eleitoral que, segundo a IFI, “diminui o espaço político e institucional para reformas e mudanças fiscais mais profundas”, o governo deverá implementar medidas que possam aumentar a arrecadação em R$ 19 bilhões por ano.

As medidas incluem a aprovação do projeto de lei PL182/2025, que visa reduzir gastos tributários ao eliminar algumas isenções de impostos e aumentar a tributação de produtos e serviços, como as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e de Imóveis (LCIs). Além disso, a proposta orçamentária em discussão no Congresso sugere um aumento na tributação de fintechs.

Desafios para a política fiscal

Apesar da expectativa de cumprimento das regras fiscais, a IFI ressalta a necessidade de um ajuste fiscal mais ambicioso. O relatório enfatiza que a qualidade desse ajuste é questionável, pois o governo está longe de criar um ambiente favorável à estabilização da dívida pública e à recuperação da capacidade de investimento do governo central.

Além disso, a IFI alerta sobre o risco à credibilidade da política fiscal. A constante abertura de exceções para gastos compromete a eficácia das regras fiscais. O Arcabouço Fiscal, que deveria ajudar a minimizar o impacto de despesas extras, tem sido utilizado de maneira excessiva, o que fragiliza a regra.

Fragilidade das regras fiscais

Conforme o documento, a adoção de exceções para gastos previsíveis indica uma fragilidade nas regras e tende a tratar os sintomas, ao invés das causas dos desequilíbrios fiscais. A IFI critica a tendência do governo em buscar o limite inferior da meta de resultado primário, conhecida como banda de tolerância. Essa prática, que desloca o foco para a meta inferior em vez de sustentar objetivos claros, aumenta os riscos de choques que podem reduzir receitas ou aumentar despesas.

Conclusão

O relatório conclui que a inclusão de exceções e brechas nas regras fiscais pode prejudicar a função essencial de ancorar as expectativas dos agentes econômicos. Portanto, é imprescindível que o governo se comprometa a seguir com um ajuste fiscal que não apenas atenda às metas, mas que também fortaleça a estrutura fiscal do país, assegurando um futuro mais estável e previsível para a economia brasileira.

Fonte: www.infomoney.com.br

Fonte: Marcos Corrêa/PR

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *