Estudo revela que estereótipos são reforçados em anúncios

Órgão europeu revela que algoritmo do Facebook promove discriminação de gênero, reforçando estereótipos na Holanda e em outros países.
Em 8 de novembro de 2025, um órgão europeu de direitos humanos determinou que o algoritmo de anúncios do Facebook reforça estereótipos de gênero, principalmente na Holanda. A decisão, considerada um marco por especialistas, destaca a necessidade de responsabilizar empresas de tecnologia pelo impacto de seus sistemas automáticos sobre os usuários.
Análise do impacto do algoritmo
O Instituto Holandês para os Direitos Humanos concluiu que o algoritmo promovia profissões tradicionalmente femininas a mulheres, enquanto ofertas de empregos masculinos, como vagas para mecânicos, eram direcionadas principalmente a homens. Essa conclusão surge após uma investigação da Global Witness, que analisou anúncios de emprego em seis países — incluindo Holanda, França e Índia — e encontrou padrões de viés semelhantes globalmente.
Ações e reações
Quatro queixas foram apresentadas pelo Bureau Clara Wichmann (Holanda) e pela Fondation des Femmes (França). A Meta, em resposta, declarou que já aplica restrições de segmentação em anúncios de emprego e trabalha com acadêmicos e grupos de direitos humanos para melhorar a equidade algorítmica. Embora a decisão do Instituto não seja juridicamente vinculativa, especialistas acreditam que tribunais podem usá-la como referência em futuras ações legais.
Implicações para o futuro
O advogado holandês Anton Ekker, especialista em IA e direitos digitais, afirmou que a decisão pode resultar em multas ou ordens para modificar algoritmos que reforcem desigualdades. Hoje, usuários holandeses do Facebook têm um recurso acessível para responsabilizar empresas multinacionais de tecnologia. Rosie Sharpe, da Global Witness, ressaltou que essa medida representa um passo importante para responsabilizar empresas pelo impacto discriminatório de seus algoritmos.
Mudanças nas políticas da Meta
A decisão acontece em um contexto de mudanças nas políticas da Meta, que anunciou a descontinuação de programas de diversidade e alterações nas políticas de conduta de ódio. Algumas dessas mudanças incluem a remoção de restrições que proíbem comentários depreciativos sobre mulheres ou pessoas trans, permitindo agora expressões consideradas como “discurso político e religioso”.




