Denúncia sobre canto do Bope em escola do Paraná gera polêmica

Sindicato de professores critica doutrinação ideológica em colégios cívico-militares

Denúncia sobre canto do Bope em escola do Paraná gera polêmica
Alunos marcham em formação em escola do Paraná. Foto: Reprodução Instagram

Vídeo mostra alunos de escola do Paraná cantando hino do Bope, gerando polêmica sobre doutrinação.

Alunos entoam canto do Bope em escola do Paraná

O caso de alunos entoando o canto do Bope em uma escola do Paraná gerou grande repercussão e denúncias de doutrinação ideológica. O Sindicato dos Professores e Funcionários de Escolas do Paraná (APP-Sindicato) publicou um vídeo em seu perfil no Instagram, onde se observa estudantes uniformizados entoando uma canção atribuída ao Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. A letra do canto é considerada por muitos como uma apologia ao ódio e à violência.

Os alunos, sob a supervisão de um militar aposentado, marchavam em formação na quadra da escola, o que levou a presidenta do APP-Sindicato, Walkiria Mazeto, a se manifestar. Segundo ela, a cena não é isolada e representa um padrão preocupante que tem se repetido nas escolas que adotaram o modelo cívico-militar. Para Mazeto, essa abordagem educacional é uma forma de doutrinação que pode levar a consequências graves para a formação dos alunos, promovendo ideologias extremistas que incitam a violência contra comunidades periféricas.

Reações de autoridades

O deputado estadual Tadeu Veneri (PT-PR) também expressou seu repúdio em relação às imagens divulgadas, afirmando que levará o caso ao conhecimento do Ministério da Educação e da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Ele destacou que esse tipo de ato é uma violação clara do Estatuto da Criança e do Adolescente, um ponto que deve ser investigado seriamente.

A Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed-PR) afirmou ter conhecimento das imagens e que já solicitou informações à direção da escola e aos profissionais envolvidos. A secretaria reiterou que o conteúdo do vídeo não condiz com as diretrizes e princípios da rede estadual de ensino e que qualquer manifestação que promova a violência ou discriminação é repudiada.

O programa Colégios Cívico-militares

O incidente ocorre em um contexto onde o governo do Paraná, liderado por Ratinho Júnior (PSD-PR), anunciou um aumento no número de escolas que passam a adotar o modelo cívico-militar. No último dia 19 de novembro, a Seed-PR revelou que mais 33 colégios se implementariam esse modelo, elevando o total para 345 instituições. A secretaria argumenta que essa expansão é resultado de uma consulta pública realizada no início do mês, onde 66% das escolas consultadas mostraram apoio ao modelo, refletindo uma aceitação significativa na comunidade escolar.

Porém, a controvérsia em torno das práticas nesse modelo educacional continua, levantando questões sobre a formação ética e cidadã dos estudantes. O APP-Sindicato e outros críticos apontam que a militarização do ambiente escolar pode gerar consequências negativas, afastando o foco da educação e promovendo um ambiente de medo e disciplina excessiva. A discussão sobre a doutrinação ideológica em escolas públicas é um tema que promete continuar gerando debates acalorados entre educadores, legisladores e a sociedade civil.

O que esperar?

O caso das imagens que circularam nas redes sociais é um alerta sobre os rumos da educação pública no Brasil. O debate sobre os Colégios Cívico-militares e suas implicações para a formação dos alunos é fundamental para garantir que a escola pública permaneça um espaço de aprendizado, respeito e diversidade, longe de qualquer forma de doutrinação ideológica. As próximas semanas serão decisivas para entender como as autoridades e a sociedade irão reagir a este incidente e quais medidas serão tomadas para evitar que situações semelhantes se repitam.

Fonte: www.metropoles.com

Fonte: Reprodução Instagram

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