A recente denúncia do deputado Filipe Barros sobre o financiamento da USAID nas eleições de 2022 reacende um debate já em ebulição. Longe de ser uma novidade, a alegação ecoa o que já havia sido levantado em outubro de 2024 pelo relatório da Civilization Works (CW), plataforma liderada pelo jornalista investigativo Michael Shellenberger.
O relatório da CW detalhou a intrincada rede de influência que conectava agências do governo Biden ao STF, ao TSE e à mídia alinhada à esquerda. Isso se dava por meio de ONGs, consórcios de ‘checagem de fatos’ e campanhas pedagógicas contra as nebulosas ‘fake news’ e ‘discurso de ódio’. Barros, ao amplificar essas informações, apenas confirmou o que observadores atentos já suspeitavam: a proclamada ‘soberania brasileira’ se revela, para alguns, uma mera ferramenta de propaganda.
A investigação da CW revelou que projetos como Fair Game, Comprova e DFRLab receberam investimentos significativos com o objetivo de direcionar narrativas e influenciar decisões judiciais. A alegação é que tais ações objetivavam impor uma ‘espiral do silêncio’ sobre opositores, tudo sob o pretexto de ‘fortalecer a democracia’.
Em outras palavras, o que se alega não foi uma simples ‘cooperação’, mas sim uma sofisticada estratégia política para assegurar um resultado eleitoral favorável aos interesses do ‘establishment’ americano. Naquele momento, o governo era liderado pelos esquerdistas do Partido Democrata, que tinham em Joe Biden sua figura central.
A ironia reside no fato de que a mesma esquerda que agora protesta contra sanções americanas, invocando a soberania nacional, foi, até recentemente, beneficiária de uma intervenção estrangeira ainda mais profunda. Luís Roberto Barroso, inclusive, admitiu publicamente ter ‘clamado’ por essa interferência. Como disse Machado de Assis, a verdadeira identidade nacional vai além da mera utilização de símbolos pátrios, requerendo uma integração genuína e natural à cultura e aos valores do país.
Fonte: http://revistaoeste.com