Amauri Ribeiro se torna réu após decisão do TRE-GO em ação contra Bia de Lima

O deputado Amauri Ribeiro é acusado de violência política de gênero contra a deputada Bia de Lima e se torna réu após decisão do TRE-GO.
Violência política de gênero: a acusação contra Amauri Ribeiro
Em 19 de novembro de 2025, o Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) acolheu embargos de declaração do Ministério Público Eleitoral (MPE), levando o deputado estadual Amauri Ribeiro, conhecido como ‘Deputado do chapéu’, a se tornar réu em uma ação que investiga nove casos de violência política de gênero. A ação foi movida em decorrência de comportamentos agressivos e intimidatórios contra a deputada Bia de Lima (PT).
O avanço deste processo é um marco importante na luta contra a violência política de gênero, que tem recebido atenção crescente nas esferas legislativas do Brasil. O MPE destacou a importância de considerar as palavras da vítima, conforme estabelecido pela Lei nº 14.192/2021, que visa proteger mulheres na política. Bia de Lima apresentou relatos de agressões contínuas, indicando uma intenção clara de intimidá-la e restringir sua atuação como parlamentar.
Decisão do TRE-GO e seus desdobramentos
O TRE-GO, ao reverter a decisão anterior que havia arquivado o caso, observou que havia evidências suficientes para justificar o prosseguimento da investigação. Os desembargadores reconheceram a presença de elementos probatórios robustos, incluindo vídeos e depoimentos, que sustentam as alegações da deputada. Este movimento é visto como um reflexo do compromisso das instituições com o combate à violência de gênero, particularmente em contextos políticos.
O tribunal também discutiu a questão da imunidade parlamentar, que não deve ser usada como justificativa para a impunidade em casos de agressões. A decisão reafirma que a análise da intenção do deputado deve ocorrer durante a instrução do processo e não antes, evitando qualquer antecipação do mérito.
Histórico de conflitos entre deputados
Os conflitos entre Amauri Ribeiro e Bia de Lima não são recentes. A deputada já havia feito representações contra Ribeiro por quebra de decoro durante os dois primeiros anos de legislatura, mas essas denúncias não resultaram em ações efetivas até agora. A relação entre os dois parlamentares tem sido marcada por hostilidades, que culminaram em agressões verbais e insultos públicos.
Em um episódio recente, Ribeiro fez insinuações sobre a vida pessoal de Bia de Lima, utilizando trechos de uma entrevista da deputada para acusá-la indiretamente de pedofilia. Essa declaração gerou uma reação imediata e evidenciou a gravidade das tensões entre os dois.
Consequências e próximos passos
Com a decisão do TRE-GO, o processo agora segue para a fase de instrução. Se a ação penal for considerada procedente, Amauri Ribeiro poderá enfrentar a perda de seu mandato. A continuidade deste caso será monitorada de perto, pois representa não apenas uma questão de justiça individual, mas um sinal importante na luta contra a violência política de gênero no país.
A situação reforça a necessidade de um ambiente político mais respeitoso e seguro para todas as mulheres, que ainda enfrentam desafios significativos em sua participação na política brasileira. O desfecho deste caso poderá influenciar futuras legislações e o tratamento de denúncias de violência política contra mulheres em contextos legislativos.
Fonte: www.metropoles.com


