Indicador IBC-Br mostra queda na atividade econômica e impacto da taxa Selic

O IBC-Br mostra recuo na atividade econômica, indicando uma desaceleração em setores chave.
Desaceleração da economia é evidenciada pelo IBC-Br
O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), que serve como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), revela uma desaceleração significativa na economia brasileira. Com a análise realizada por economistas, como Leonardo Costa do ASA, o indicador mostra que o crescimento deve ser moderado, refletindo a pressão da política monetária restritiva.
Impacto da política monetária sobre o crescimento
A política monetária, com a taxa Selic em 15%, tem encarecido o crédito, impactando diretamente a atividade econômica. Ariane Benedito, economista-chefe do PicPay, destaca que a economia voltou a operar em um ritmo mais moderado no final do terceiro trimestre, sem consolidar a recuperação observada no mês anterior. O IBC-Br registrou uma queda de -0,9% no terceiro trimestre de 2025 em relação ao segundo trimestre, evidenciando a perda de impulso em setores relevantes.
Setores em queda e o desempenho do agronegócio
O recuo no indicador foi influenciado por uma queda na atividade industrial (-0,7%), nos impostos (-0,65%) e nos serviços (-0,1%). O único setor que apresentou um resultado positivo foi o agronegócio, com uma alta de 1,5% após seis quedas consecutivas. Rafael Perez, economista do Suno Research, atribui esse crescimento ao início da safra de verão. No entanto, ele também aponta que a indústria continua a sofrer os efeitos da alta taxa de juros e da demanda interna arrefecida.
O papel do consumo e da endividamento das famílias
O setor de serviços, anteriormente resiliente, também mostra sinais de acomodação no crescimento. A dissipação dos efeitos dos precatórios e o elevado endividamento das famílias têm contribuído para essa perda de tração. Pérez enfatiza que, à medida que setores chave perdem força, a atividade econômica poderá exibir sinais mais evidentes de arrefecimento, especialmente no último trimestre do ano.
Projeções futuras e condições econômicas
Apesar da volatilidade do IBC-Br, que apresentou quedas e altas nos últimos meses, Benedito observa que o desempenho permanece praticamente estável em comparação ao ano anterior. O Goldman Sachs aponta que as transferências fiscais federais e a expansão da renda disponível podem estimular a atividade econômica a curto prazo; no entanto, as condições financeiras restritivas e o alto endividamento das famílias continuam a ser obstáculos significativos.
Expectativas para o PIB
A XP aponta que o resultado do IBC-Br não deve impactar significativamente as projeções para o PIB, que mostram uma alta ligeira de 0,2% para o terceiro trimestre em relação ao segundo. A expectativa é de um crescimento de 1,6% em comparação ao terceiro trimestre de 2024, superando a previsão do IBC-Br. Economistas continuam a monitorar a situação, prevendo um fechamento de trimestre com variação de 0,2%, indicando uma economia em desaceleração, conforme avalia Costa.
Fonte: www.infomoney.com.br
Fonte: REUTERS/Jorge Silva



