Após três décadas de ausência, o Clube do Remo ascendeu à elite do futebol brasileiro, reacendendo a memória de sua última participação na Série A, em 1994. A vitória sobre o Goiás, em Belém, na derradeira rodada da Série B, não apenas garantiu o acesso, mas também evocou um período de intensas transformações no Brasil e no mundo.
1994 foi um ano sísmico para o país. Em meio à turbulência econômica, o Plano Real, sob a liderança do presidente Itamar Franco, buscava estabilizar a economia, pavimentando o caminho para a eleição de Fernando Henrique Cardoso. O futebol, por sua vez, testemunhou a glória do tetracampeonato mundial da Seleção Brasileira, nos Estados Unidos, após 24 anos de espera. Romário, Bebeto, Dunga e Taffarel lideraram a equipe na final épica contra a Itália, decidida nos pênaltis.
Entretanto, a alegria do tetra contrastava com a profunda tristeza que assolou o país com a morte de Ayrton Senna. Em 1º de maio de 1994, o piloto, ícone nacional, perdeu a vida em um trágico acidente durante o Grande Prêmio de San Marino, na Itália. “Foi uma comoção nacional”, relembra um torcedor remista, “o país inteiro acompanhou o velório e o sepultamento.”
Além das perdas no esporte, o Brasil se despediu de Tom Jobim, um dos maiores nomes da música brasileira. Suas composições continuam a influenciar gerações. No cenário internacional, Nelson Mandela era eleito na África do Sul, marcando o fim oficial do apartheid, e o cinema presenteava o mundo com clássicos como “Forrest Gump” e “O Rei Leão”.
Assim, o retorno do Remo à Série A não é apenas uma conquista esportiva, mas também um elo com um passado rico em emoções, desafios e transformações. Um ano que, para sempre, estará gravado na memória do Brasil e, agora, na história do clube paraense.
Fonte: http://esporte.ig.com.br
