Estudo aponta que o atraso escolar persiste mesmo após a pandemia, afetando crianças em idade escolar.

Estudo revela que atraso escolar entre crianças de 6 a 10 anos permanece elevado em comparação ao período pré-pandemia.
Atraso escolar entre crianças de 6 a 10 anos se agrava em relação ao passado
O recente estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que a proporção de crianças de 6 a 10 anos que estavam na série correspondente ao seu nível de ensino caiu para 90,7% em 2024. Esse número é ligeiramente inferior ao de 2023, que era de 90,8%, e significativamente abaixo do patamar de 2019, que era de 95,7%. A pesquisa, parte da Síntese de Indicadores Sociais, revela que o atraso escolar ainda é um desafio persistente no Brasil, especialmente em decorrência das consequências da pandemia de covid-19.
Impactos da pandemia na educação infantil
A análise do IBGE indica que a pandemia afetou diretamente a entrada das crianças na pré-escola, etapa fundamental da educação. Luanda Chaves Botelho, analista do IBGE, explica que o atraso observado resulta principalmente da dificuldade que as crianças enfrentaram para ingressar na pré-escola durante o período pandêmico. Em 2022, quando a pesquisa foi retomada, a taxa de crianças na série adequada era de 91,9%, mostrando que o cenário ainda é preocupante.
Frequência na pré-escola e suas consequências
No Brasil, a frequência à pré-escola é obrigatória a partir dos 4 anos, mas muitos alunos ainda enfrentam barreiras para se matricular. Em 2024, apenas 39,7% das crianças de até 3 anos estavam em creches, um número abaixo da meta de 50% estabelecida pelo Plano Nacional de Educação (PNE). Para crianças de 4 a 5 anos, a situação é um pouco melhor, com 93,5% frequentando a pré-escola, mas a universalização ainda não foi alcançada. Esses dados indicam que a educação infantil no Brasil ainda precisa de melhorias significativas para atender às demandas da população.
Desigualdade educacional entre diferentes faixas etárias
No grupo de crianças mais velhas, de 11 a 14 anos, a situação é um pouco mais animadora, com 89,1% na série adequada, superando os 87,4% do período pré-pandemia. Contudo, mesmo esse grupo não atinge a meta do PNE, que estipula que 95% das pessoas de 14 anos devem ter concluído o ensino fundamental. Essa disparidade entre as idades revela que a educação no Brasil ainda carece de políticas que promovam a inclusão e a equidade.
A média de anos de estudo e suas implicações
Além dos dados sobre a frequência escolar, a pesquisa também destaca a média de anos de estudo da população jovem. Atualmente, a média de anos de estudo entre pessoas de 18 a 29 anos é de 11,9 anos, um pequeno aumento em relação a 2016, quando era de 11,1 anos. No entanto, a meta do PNE é de 12 anos, indicando que ainda há um caminho a percorrer. As desigualdades são evidentes, com brancos tendo uma média de 12,5 anos de estudo, enquanto pretos e pardos apresentam apenas 11,5 anos. Isso mostra que questões sociais e raciais ainda influenciam o acesso à educação no Brasil.
Conclusão: A necessidade de um olhar atento para a educação
Os dados apresentados pelo IBGE são um alerta sobre a necessidade de uma ação mais efetiva nas políticas educacionais brasileiras. O atraso escolar entre crianças de 6 a 10 anos e a dificuldade de acesso à educação infantil são questões que precisam ser tratadas com urgência. O futuro do país depende da educação de suas crianças, e cabe à sociedade e ao governo trabalhar para garantir que todos tenham acesso a um ensino de qualidade.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
Fonte: Joédson Alves/Agência Brasil




