Durante a 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Janja da Silva mantiveram uma postura discreta durante o discurso do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O momento de maior tensão ocorreu quando Trump fez um apelo enfático pela libertação imediata dos reféns israelenses detidos pelo Hamas.
A ausência de aplausos por parte da delegação brasileira contrastou com o discurso incisivo de Trump, que reafirmou o apoio irrestrito de Washington a Israel. “Libertem os reféns agora. Não queremos um de cada vez, queremos todos de volta. E os 38 corpos também”, declarou o ex-presidente, recebendo aplausos mais efusivos da delegação norte-americana.
O discurso de Trump sucedeu um movimento diplomático significativo: o reconhecimento formal do Estado da Palestina por França, Canadá e Reino Unido. A decisão, tomada entre domingo e segunda-feira, visava aumentar a pressão sobre Israel para buscar um cessar-fogo no conflito deflagrado em outubro de 2023, após os ataques perpetrados pelo Hamas.
Em seu próprio discurso na Assembleia, proferido antes da fala de Trump, Lula reiterou sua crítica à ofensiva israelense em Gaza, classificando-a como “genocídio”. Ele reafirmou o compromisso do Brasil com a solução de dois Estados e destacou a situação na Palestina como um exemplo do “uso desproporcional e ilegal da força”.
O contraste nas reações e discursos evidencia as divergências de posicionamento em relação ao conflito Israel-Palestina no cenário internacional, refletindo a complexidade da busca por uma solução pacífica e duradoura.