Deputada aponta falhas no relatório e reforça a necessidade de uma jornada de trabalho mais justa

A deputada Érika Hilton critica relatório que mantém a escala 6×1 e pede o fim dessa jornada de trabalho.
Érika Hilton se posiciona contra o relatório da escala 6×1
A deputada Érika Hilton (PSOL-SP) se manifestou fortemente contra o parecer apresentado por Luiz Gastão (PSD-CE) na Subcomissão Especial da Escala 6×1, na Câmara dos Deputados, em 2 de dezembro de 2025. Hilton, autora da proposta que busca acabar com essa jornada, afirmou que o relatório não atende ao clamor da população por uma mudança significativa nas condições de trabalho.
Após uma reunião no Palácio do Planalto com os ministros do Trabalho e das Relações Institucionais, a deputada destacou que a proposta apresentada pelo relator não reflete o desejo do governo, que é pelo fim da escala 6×1. “O relatório não leva em consideração a principal reivindicação da sociedade, que é o fim da escala 6×1. Meu posicionamento, em consonância com o governo, é pelo fim da escala 6×1, máximo de 5×2 e de 40 horas semanais”, afirmou Hilton.
Propostas do relator e suas implicações
O parecer de Gastão mantém a tradicional escala de trabalho de seis dias com um de descanso, mas introduz novas regras, como a jornada máxima de 6 horas aos sábados e domingos, além de um adicional de 100% para horas extras nesses dias. O relator também sugere uma redução gradual da jornada semanal de 44 para 40 horas ao longo de três anos.
Gastão argumenta que essa transição é fundamental para evitar um aumento imediato de custos trabalhistas e o risco de demissões, especialmente em micro e pequenas empresas, que representam uma parte significativa do mercado de trabalho brasileiro.
O impacto da informalidade e as preocupações do governo
O relatório destaca que a redução abrupta da jornada pode aumentar a informalidade, que já afeta cerca de 38% dos trabalhadores. A proposta de Gastão inclui compensações para empresas, como descontos progressivos nas contribuições previdenciárias e regras mais rigorosas para o uso da escala 6×1.
Hilton, por sua vez, defende uma mudança mais radical e rápida, alinhada aos compromissos do governo Lula com a redução da jornada de trabalho. Ela acredita que a adoção obrigatória do modelo 5×2 é essencial para garantir condições mais justas para os trabalhadores.
O futuro da jornada de trabalho no Brasil
A discussão em torno da escala 6×1 promete ser um dos principais debates no Congresso no próximo ano. Caso o parecer seja aprovado na Comissão de Trabalho, seguirá para a CCJ e, posteriormente, para o plenário da Câmara. O governo está avaliando as melhores formas de avançar com a proposta, que inclui a possibilidade de uma PEC ou um projeto de lei.
Hilton continua a pressionar por mudanças que atendam às necessidades dos trabalhadores, enfatizando que a redução da jornada de trabalho deve ser uma prioridade legislativa em 2026. O embate entre o modelo gradual proposto e a visão mais abrangente de Hilton será central na discussão sobre a jornada de trabalho no Brasil.



