Entenda como otimizar o ganho de peso e o valor de mercado desses animais.
Descubra como a alimentação estratégica pode transformar vacas de descarte em ativos valiosos.
No dia a dia da pecuária de corte, a engorda de vacas de descarte é muitas vezes negligenciada, sendo vistas como um problema ao invés de uma oportunidade. As vacas que já cumpriram seu ciclo reprodutivo, frequentemente apresentando um Escore de Condição Corporal (ECC) abaixo de 2, são normalmente vendidas rapidamente, sem questionar as perdas financeiras que isso representa. Essa mentalidade pode causar um duplo prejuízo: menos peso total e uma classificação inferior no mercado, reduzindo o valor da carne.
A importância de tratar vacas de descarte como ativos
Em vez de encarar essas vacas como simples descartes, a pecuária de precisão sugere um novo olhar: tratá-las como oportunidades de curto prazo. A engorda estratégica dessas fêmeas pode ocorrer em um período de 40 a 60 dias, focando não apenas no aumento de peso, mas na melhoria da classificação da carcaça. O objetivo é elevar o rendimento da carcaça de 48% para 52% ou mais, adicionando uma camada de gordura que valoriza o animal.
Nutrição adequada para ganho de peso
Para otimizar a engorda, é crucial oferecer uma dieta que priorize a deposição de gordura. A dieta deve ser rica em nutrientes digestíveis totais (NDT), idealmente entre 75% a 80% na matéria seca, com proteína bruta moderada, entre 12% a 15%. Essa combinação é vital para conseguir um ganho de peso eficiente e maximizar o lucro no abate.
Dados de ganho e conversão alimentar
Estudos mostram que o ganho de peso diário (GPD) é significativamente superior em dietas que priorizam a energia. Nos primeiros 40 dias, as vacas respondem rapidamente às dietas, com uma conversão alimentar que pode chegar a 7:1. Após esse período, a eficiência cai, podendo chegar a 12:1 ou 15:1, o que torna essencial monitorar o tempo em que os animais permanecem na dieta.
Análise econômica da engorda de vacas de descarte
Simular uma operação de engorda pode ajudar a visualizar os benefícios financeiros. Por exemplo, uma vaca de descarte com 390 kg e um rendimento de 48% gera uma receita bruta de R$ 2.433,60. Se essa vaca for mantida e engordada por 50 dias, com um custo de R$ 19,00 por dia, o ganho de peso pode chegar a 85 kg, resultando em uma receita bruta de R$ 3.538,90. A diferença de lucro não vem apenas do peso, mas também da melhoria na classificação da carcaça e do aumento no preço por arroba.
Aditivos essenciais para a dieta
Para garantir que a dieta de alta energia funcione de maneira eficaz, o uso de aditivos como ionóforos e leveduras vivas é fundamental. Esses aditivos melhoram a eficiência alimentar e estabilizam o pH ruminal, permitindo um melhor consumo de matéria seca, essencial em dietas curtas.
Conclusão
A engorda de vacas de descarte é uma estratégia que demanda atenção e monitoramento, mas que pode resultar em lucros significativos quando executada corretamente. O foco deve ser atingido na adição de 3 a 4 milímetros de gordura subcutânea no menor tempo possível, transformando um animal considerado deságio em um ativo valioso para a propriedade. Com uma abordagem estratégica e informada, é possível maximizar os resultados econômicos na pecuária de corte.
