Mesmo com tarifas, as exportações para os EUA cresceram 45% em 2025

As exportações de carne bovina do Brasil para os EUA cresceram 45% em 2025, apesar das tarifas.
EUA continuam a ser um destino vital para a carne bovina brasileira
Apesar do recente aumento nas tarifas impostas pelos Estados Unidos, que resultaram em uma queda notável nas exportações de carne bovina brasileira, o país ainda se destaca como um dos principais destinos para o agronegócio nacional. Desde agosto, as tarifas afetaram significativamente os volumes mensais, que diminuíram de 9,3 mil toneladas em agosto para 9,9 mil em setembro e 12,9 mil em outubro.
Ainda que os números tenham mostrado uma redução, o Brasil continua a exportar carne bovina para os EUA, sustentado pela competitividade e pela qualidade reconhecida de seus produtos no mercado global. De janeiro a outubro de 2025, as vendas para os EUA totalizaram 232 mil toneladas, marcando um crescimento de 45% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram exportadas 160 mil toneladas. Além disso, o aumento em valor foi de 38%, refletindo um desempenho robusto do setor.
Recorde nas exportações em 2025
O volume de carne bovina exportado nos primeiros dez meses de 2025 já superou o total vendido em todo o ano anterior, que foi de 229 mil toneladas. Esse resultado consolidou o ano como um marco para o comércio de carne bovina, mesmo com a China e a União Europeia exercendo uma demanda ainda maior. Essas duas regiões passaram a ocupar o primeiro e o segundo lugar entre os compradores da carne brasileira, relegando os EUA à terceira posição no acumulado do ano.
Perspectivas para o mercado americano
Apesar das oscilações de mercado provocadas pelas tarifas, o setor exportador de carne bovina do Brasil permanece otimista quanto ao futuro das relações comerciais com os Estados Unidos. Roberto Perosa, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), revelou em uma recente entrevista que as negociações para a redução das tarifas estão em andamento e que espera-se uma solução em um prazo de até 60 dias. Essa expectativa surge após um encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, ocorrido em 26 de outubro, durante a cúpula da ASEAN em Kuala Lumpur, na Malásia.
Outros produtos em negociação
Além da carne bovina, o Brasil busca também a redução de tarifas para outros produtos estratégicos, como o café, no qual os EUA se destacam como o maior consumidor mundial. A busca por acordos comerciais mais favoráveis reflete a intenção do Brasil de expandir sua presença no mercado americano e fortalecer laços econômicos.
O cenário atual evidencia a resiliência do mercado de carne bovina brasileiro e a importância contínua do mercado dos EUA, que, apesar das dificuldades, ainda é considerado um parceiro estratégico. A indústria está atenta às mudanças e segue trabalhando para manter e expandir sua participação no comércio internacional, aproveitando a qualidade de seus produtos e a forte reputação no mercado global.




