Fontes em Brasília e Washington indicam que o governo Lula pode enfrentar um dilema diplomático diante de um novo plano de paz proposto pelos Estados Unidos para o conflito entre Israel e Hamas. A iniciativa, liderada por Donald Trump, inclui pontos controversos que podem gerar críticas internas e externas ao Brasil.
O cerne da questão reside na proposta de anistia a integrantes do Hamas, uma condição para a coexistência pacífica na região. Essa medida, embora possa ser vista como um passo para a paz, contrasta com a postura do governo brasileiro e do Supremo Tribunal Federal em relação à anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
A oposição brasileira, atenta a essa possível contradição, poderá explorar o tema para argumentar que o Brasil adota pesos e medidas diferentes em relação a opositores internos e membros de um grupo considerado terrorista por diversas nações. A expectativa é que o governo Lula se alinhe à proposta de Trump, o que pode gerar debates acalorados.
O plano de paz, anunciado por Trump ao lado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, prevê a criação de um Estado Palestino. Trump declarou que o objetivo é “acabar com a guerra imediatamente, resgatar todos os reféns e criar condições para a segurança israelense duradoura e o sucesso palestino”, descrevendo-o como “um dia histórico para a paz”.
Entre as medidas propostas estão a libertação de reféns pelo Hamas em troca da soltura de prisioneiros palestinos por Israel, a anistia para combatentes que aceitarem a paz e a criação de um governo de transição palestino. O plano também inclui a restauração da infraestrutura de Gaza e o desenvolvimento de uma zona econômica especial, com apoio financeiro de países árabes e muçulmanos.
