CPMI investiga esquema de descontos ilegais envolvendo aposentados e pensionistas

A CPMI investiga fraudes do INSS e ouve ex-coordenador Jucimar Fonseca, que faltou a depoimentos anteriores.
A CPMI que investiga as fraudes do INSS ouviu, nesta segunda-feira (1º de dezembro), o ex-coordenador de pagamentos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Jucimar Fonseca da Silva. Ele havia faltado a dois depoimentos anteriores, mas foi localizado e levado a depor pela Polícia Legislativa.
Ações da CPMI e convocação de Jucimar
Jucimar Fonseca foi convocado 11 vezes para comparecer à CPMI, mas apresentou atestados médicos como justificativa para suas ausências. Com o avanço das investigações, as autoridades conseguiram localizá-lo, e ele foi obrigado a depor sobre sua participação no esquema de fraudes que vem sendo apurado desde dezembro de 2023.
As investigações indicam que Jucimar assinou uma nota técnica que permitiu, em lote, descontos em mensalidades solicitados por uma das entidades envolvidas nas fraudes. Ele foi afastado do INSS em 27 de julho de 2025, um mês após as denúncias começarem a ganhar notoriedade.
Revelações sobre o escândalo do INSS
O escândalo em torno do INSS foi revelado em uma série de reportagens do portal Metrópoles, que mostraram um aumento alarmante na arrecadação das entidades que realizam descontos de mensalidade de aposentados. Em um período de um ano, essa arrecadação chegou a R$ 2 bilhões. As associações estão enfrentando milhares de processos devido a fraudes nas filiações de segurados.
As reportagens contribuíram significativamente para a abertura de um inquérito pela Polícia Federal (PF) e alimentaram as investigações da Controladoria-Geral da União (CGU). No total, 38 matérias foram citadas pela PF na representação que resultou na Operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril de 2025, o que levou à demissão do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.
Outros convocados e desdobramentos
Além de Jucimar, o empresário Sandro Temer de Oliveira, que estaria ligado às associações que atuam no esquema de descontos ilegais, também foi convocado a depor. Entretanto, ele conseguiu um Habeas Corpus (HC) do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), e foi solto após sua prisão na mesma operação.
A CPMI continua a apurar a extensão das fraudes e as responsabilidades de cada envolvido, com o objetivo de trazer à tona todas as irregularidades cometidas e responsabilizar os culpados.
Conclusão
As investigações sobre as fraudes do INSS estão em pleno andamento, com a CPMI buscando esclarecer todos os detalhes desse esquema que afetou milhares de aposentados e pensionistas. O depoimento de Jucimar Fonseca é mais um passo importante na busca pela verdade e pela responsabilização dos envolvidos.
Fonte: www.metropoles.com



