Alessandro Stefanutto teve uma participação tumultuada na comissão que investiga fraudes no órgão previdenciário

Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS, se desentendeu com o relator da CPMI durante depoimento sobre fraudes.
Ex-presidente do INSS é preso e se desentende em CPMI
O ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, foi preso pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (13/11) e teve uma participação conturbada na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga escândalos no órgão. O tumulto ocorreu durante o depoimento de Stefanutto, que teve seu comportamento questionado pelo relator da CPMI, o deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil-AL).
Durante a oitiva, os dois se desentenderam, resultando em uma breve suspensão da sessão, quando começaram a apontar o dedo um para o outro. Este embate destaca a tensão que paira sobre as investigações em torno do INSS, especialmente após as revelações de fraudes que surgiram a partir de reportagens publicadas pelo Metrópoles desde dezembro de 2023. Essas reportagens mostraram um aumento exorbitante na arrecadação de mensalidades, que chegou a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto várias associações enfrentavam processos por fraudes em filiações.
A Operação Sem Desconto e suas consequências
A série de reportagens levou a PF a abrir um inquérito, que culminou na Operação Sem Desconto, deflagrada em abril, resultando na demissão de Stefanutto e do então ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. Em mais uma fase da operação, a PF prendeu Stefanutto e cumpriu mandados de busca e apreensão, visando a elucidar um esquema de fraudes no INSS.
Além da prisão de Stefanutto, a operação também mira o deputado federal Euclydes Pettersen (Republicanos-MG) e o ex-ministro da Previdência, José Carlos Oliveira, que também é alvo de mandado judicial. As investigações envolvem a Controladoria-Geral da União (CGU), que executa cerca de 63 mandados em uma ação que visa responsabilizar todos os envolvidos nas fraudes.
A audiência tumultuada na CPMI
A audiência, que deveria ser um momento de esclarecimento, se tornou um campo de batalha verbal. Stefanutto, ao ser questionado sobre sua entrada no serviço público, se negou a responder, alegando que a pergunta poderia ser autoincriminatória. O relator, Gaspar, reagiu com a ameaça de prisão em flagrante por violação das regras do habeas corpus, gerando ainda mais tensão no ambiente da CPMI.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, já havia concedido um habeas corpus a Stefanutto, permitindo que ele se mantivesse em silêncio em questões que poderiam incriminá-lo. Essa situação reflete as dificuldades enfrentadas pela CPMI ao buscar respostas em um cenário repleto de acusações e tensões.
Conclusão
A CPI continua a investigar as fraudes e a pressão sobre os envolvidos só tende a aumentar. A situação de Alessandro Stefanutto é um exemplo claro dos conflitos que surgem quando legisladores tentam elucidar escândalos administrativos, especialmente em um órgão tão crucial como o INSS. A sociedade aguarda as próximas etapas desta investigação que promete trazer mais revelações sobre um dos maiores escândalos do setor previdenciário brasileiro.
Fonte: www.metropoles.com
Fonte: VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto




